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Missão Compradores 2022 passa pela Bahia e impressiona visitantes
04 de Agosto de 2022

O estado da Bahia, segundo maior produtor de algodão do Brasil, recebeu nesta quarta-feira (03), a visita da Missão Compradores 2022. A expedição promovida, desde 2015, pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), tem o apoio das estaduais, da ApexBrasil e da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e traz representantes das mais importantes indústrias mundiais, sobretudo da Ásia, para ver de perto a moderna cotonicultura brasileira. São, ao todo, 21 integrantes, oriundos de seis países, Turquia, Vietnã, Paquistão, Coreia do Sul, Bangladesh e México. As empresas representadas na missão respondem por 30% do mercado internacional da fibra, com 8,5 milhões de toneladas de pluma, e por 60% das importações globais do produto. Na Bahia, ciceroneados pelo presidente da Abrapa, Júlio Busato, e o da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Luiz Carlos Bergamaschi, pela diretoria da Abapa e pelos produtores locais, como Walter Horita (Grupo Horita), os visitantes conheceram fazendas, unidades de beneficiamento e o Centro de Análise de Fibras da associação, na cidade de Luís Eduardo Magalhães. Eles também puderam ver aplicados os programas institucionais, como o Standard Brasil HVI (SBRHVI) e o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que, dentre outros, permitem ao país ser hoje reconhecido pela qualidade da fibra, e como a maior origem global de Better Cotton Initiative (BCI), referência internacional em licenciamento de algodão produzido sob parâmetros de sustentabilidade. Produção unificada A empresa Squares Textiles, de Bangladesh, foi uma das integrantes da missão. O grupo existe desde 1958, e fabrica desde o fio até peças de roupas, o que demanda, por ano, 60 mil toneladas de pluma. Neste total, o algodão do Brasil participa com 10%, um número que os cotonicultores nacionais esperam ver aumentar, após a vinda do gerente de compras, Taslimul Hoque, ao país. "Estive no Brasil em 2005 e o que vejo é que, desde então, houve uma grande evolução. A viagem está sendo muito esclarecedora e positiva, e a percepção geral que temos é de que a qualidade está aumentando", atesta. Segundo Hoque, Bangladesh depende da importação de algodão e o Brasil, sendo um dos grandes exportadores, é uma origem muito importante. "As três grandes vantagens do Brasil em algodão são a colheita mecanizada, a sustentabilidade e o fato de a qualidade da fibra ser testada por parâmetros controlados e confiáveis de HVI (High Volume Instrument)", enumera. Taslimul Hoque destacou o que considera uma grande diferença da produção brasileira de algodão em relação à dos Estados Unidos. "Lá existem prêmios ou descontos, conforme a região, como o Sul do Texas, Texas, Memphis, Georgia e Califórnia. Já a produção no Brasil é unificada, o que é impressionante, porque as condições de cultivo em estados como Mato Grosso e Bahia, por exemplo, são totalmente diferentes", ponderou, agradecendo à Abrapa e aos produtores pela oportunidade de ver de perto o modelo brasileiro de produção. Qualidade e preço Quem também integrou a Missão Compradores 2022 foi a coreana Nancy Kim, gerente de suporte de vendas da empresa Kyungbang, que tem sede na Coreia do Sul, com fábricas no Vietnã. Na safra 2021/2022, o algodão brasileiro participa, excepcionalmente, com 80% de participação no montante de 37 mil toneladas ao ano que a indústria consome, mas, em média, o share da pluma nacional é de 50%. "Utilizamos algodão americano, australiano e brasileiro e a razão pela preferência na pluma daqui é porque temos um algodão de qualidade a um preço menor do que o da concorrência. Poderíamos optar por outras origens, como México, África do Sul e Índia, mas, nesse caso, não teríamos a mesma qualidade", diz. Visitando o Brasil pela primeira vez, Nancy Kim diz que a organização dos cotonicultores brasileiros merece destaque. Ação estratégica Para o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi, ao mostrar o algodão do Brasil, diretamente de onde ele é produzido, cria-se um encantamento nos clientes. "A tecnologia, a extensão das lavouras, a sustentabilidade e a qualidade nas análises são um orgulho para nós, produtores, mas a Missão Compradores é também a ocasião para entendermos as demandas e as dores dos nossos clientes, e isso nos permite aprimorar nos mais diversos aspectos", considera Bergamaschi. "Algo muito interessante é que, embora trabalhemos o algodão do Brasil como um só, cada região tem as suas peculiaridades. Juntas, elas estão ajudando o país a galgar posições no ranking dos exportadores e, em breve, dos produtores. A Abrapa, através do Cotton Brasil, tem agido estrategicamente neste sentido", concluiu.

Representantes da indústria têxtil da Ásia, América do Norte e Europa fazem visita in loco para conhecer produção de algodão em MT
04 de Agosto de 2022

Fazendas e usinas beneficiadoras de algodão localizadas no interior de Mato Grosso receberam, nesta última semana, uma comitiva de representantes da indústria têxtil, durante a Missão Compradores 2022. O grupo, formado por 21 pessoas, pode acompanhar de perto alguns processos de desenvolvimento dessa cultura, como a colheita e beneficiamento. O evento, que é organizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), tem como objetivo mostrar aos principais compradores da fibra do mundo, que a produção agrícola no estado atende a todos os critérios socioambientais. Além, é claro, de fomentar a compra do produto brasileiro, que tem o estado como o principal produtor. A comitiva, formada por representantes de indústrias de Bangladesh, Coréia do Sul, Paquistão, Turquia, Vietnã e ainda o México, visitou as propriedades e usinas algodoeiras localizadas nos municípios de Campo Verde, Primavera do Leste e Sorriso. Pela primeira vez no Brasil, o paquistanês Adil Bashir, representante da SurajCotton Mills, se diz impressionado com o que viu. Ele observa que o Paquistão consome um grande volume deste artigo brasileiro, tanto que chegou a ser o segundo maior cliente do País. Adil pontua ainda que a parceria comercial, que já dura 15 anos, deve crescer ainda mais, após essa imersão sobre conhecimento relativo às etapas realizadas nas fazendas e beneficiadores para que o item possa chegar ao mercado externo. "Depois de ver todos os melhoramentos que estão fazendo, acredito sim que, futuramente, nós vamos passar a comprar mais ainda. Ficamos impressionados também com as melhores práticas agrícolas e o cuidado com o meio ambiente. Depois dessa visita, vão me ouvir falar muito sobre a plantação e beneficiamento e acredito que isso vai incentivar sim mais pessoas a comprarem", relata o paquistanês. O presidente da Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Paulo Sérgio Aguiar, explica que o grupo que integrou esta edição da Missão Compradores representa as maiores indústrias de fiação do mundo e, juntos, têm um potencial de compra de 900 mil toneladas de algodão. Ou seja, mais da metade do que é exportado pelo Brasil, que se aproxima de 1.7 milhão ao ano. "Vieram constatar realmente que a produção é responsável, como são as questões ambientais e outros procedimentos. E eles estão impressionados com tudo o que estão vendo. O trabalho na agricultura regional é feito de forma organizada, tanto que ela tem o selo ABR e está dentro dos critérios para produção responsável, tanto ambiental, quanto econômica e socialmente", explica o presidente. Para o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, a visita ajuda a melhorar a imagem do setor e abre portas para maiores volumes de negociações. Ele ressalta também que os países da Ásia, juntos, compram cerca de 90% da produção nacional. Pontua ainda que a comitiva que veio da Turquia representa as três maiores indústrias daquele país que compram o produto nacional. "É uma maneira de mostrar para o mundo que hoje estão constantemente comprando o nosso algodão, a qualidade, responsabilidade e a maneira profissional que os nossos produtores tratam a cotonicultura. Nós temos hoje uma posição muito importante no ranking mundial tanto na produção, quanto de exportação, mas percebemos que somos pouco conhecidos e existem muitos mitos", considera Busato.

Abrapa faz apresentação para a Academia de Lideranças da Aprosoja e mostra ações que posicionaram melhor a fibra globalmente
04 de Agosto de 2022

O diretor Executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Marcio Portocarrero, participou do encontro de delegados da Aprosoja Mato Grosso, nesta quarta-feira, 03, na sede da Aprosoja Brasil. Na oportunidade, o executivo falou sobre os desafios e tendências da cotonicultura globalmente e as ações implementadas pela Abrapa, que resultaram em altas produtividades, lavouras de algodão ambientalmente responsáveis e a obtenção de uma fibra de qualidade, exigências crescentes nas transações comerciais. A presença da Abrapa serviu para compartilhar ações e estreitar as relações entre as entidades que são parceiras na defesa do agro brasileiro. Portocarrero mencionou os desafios do setor para a manutenção da competitividade no mercado global. Citou, por exemplo, os subsídios agrícolas concedidos pelos EUA, China e Índia, a competitividade da fibra sintética e o elevado custo de produção, entorno de R$ 19 mil por hectare produzido de algodão. Sobre tendências do mercado, destacou o uso de sementes geneticamente modificadas, mais resistentes a pragas e permitindo aumento de produtividade, sem que houvesse necessidade de grandes expansões na área cultivada de algodão. O manejo integrado de pragas, a certificação de boas práticas e a rastreabilidade da cultura também foram mencionados.   Competitividade da fibra Segundo maior exportador e quarto maior produtor de algodão mundial, o País avança no mercado global com a execução de iniciativas pioneiras. A rastreabilidade é uma delas. Com o SouABR, em fase-piloto, por meio da tecnologia blockchain, é possível identificar o caminho da fibra, da lavoura até as etiquetas e saber quem produziu, em que região e fazenda. Os delegados ficaram impressionados com o programa, acessaram o sistema por meio do QR Code e puderam verificar de fato do que se tratava.  Outro dado apresentado foi o de que o País também é o maior fornecedor mundial da fibra licenciada Better Cotton (BCI), com 42% da oferta mundial na safra 20/21. Portocarrero observou que a Abrapa e a BCI atuam em benchmark desde 2013, por meio do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), coordenado pela associação em parceria com as estaduais e com os produtores, que chancela a sustentabilidade da pluma. O brasil é o maior fornecedor BCI do mundo, com 84% da fibra brasileira certificada. De acordo com o diretor, são ações que têm por objetivo posicionar melhor a fibra brasileira, garantindo uma produção com qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade.   Mercado Internacional Por meio do Cotton Brazil, o diretor mostrou aos produtores como se dá a promoção do algodão brasileiro no mercado asiático, destino de 99% das exportações da pluma produzida no País. A iniciativa é fruto de uma parceria do setor produtivo com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), com apoio da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE). A Abrapa possui um escritório em Singapura de onde faz a interface com o setor comprador. A ação visa melhorias em marktshere, melhores preços e imagem. A meta da Abrapa é chegar em 2030 liderando como maior exportador mundial de algodão.

Abrapa e Better Cotton discutem fortalecimento da sustentabilidade do algodão brasileiro
03 de Agosto de 2022

A produção sustentável de algodão, o sequestro de carbono, o manejo do solo e o empoderamento da mulher na cotonicultura foram os temas que nortearam o encontro entre o diretor Executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Marcio Portocarrero, e o CEO da Better Cotton (BCI), Allan Macclay, nesta quinta-feira, 28. A reunião virtual foi para compartilhar ações e estreitar as relações com vistas à promoção do algodão brasileiro globalmente. O Brasil é o maior fornecedor mundial da fibra licenciada BC, com 42% da oferta na safra 20/21. As duas entidades atuam em benchmark desde 2013, por meio do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), gerido pela Abrapa. Portocarrero apresentou ao executivo as ações estratégicas da associação, implementadas conjuntamente com as estaduais e os produtores, e que visam melhor posicionar o algodão no Brasil e no exterior, garantindo uma produção com qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade. Segundo Portocarrero, a boa gestão, o uso da tecnologia, do incentivo à pesquisa e inovação para melhorar as técnicas de manejo, além do empreendedorismo dos agricultores, resultaram em altas produtividades, lavouras de algodão ambientalmente responsáveis e a obtenção de uma fibra de qualidade, exigências crescentes nas transações comerciais. Segundo maior exportador e quarto maior produtor de algodão, o País avança no mercado global com a execução de iniciativas pioneiras. A rastreabilidade é uma delas. Com o SouABR, em fase-piloto, por meio da tecnologia blockchain, é possível identificar o caminho da fibra, da lavoura até as etiquetas, no varejo, e saber quem produziu, em que região, fazenda.   Desafios Projetando o futuro, os desafios são permanentes tanto para a Abrapa como para a BCI e, no radar de ambas as entidades, a emissão dos gases de efeito estufa e a quantificação da emissão de carbono na produção de algodão estão na pauta e são um passo a mais rumo a uma produção responsável. Allan Macclay ficou entusiasmado com as iniciativas brasileiras e com o que está sendo feito para melhorar a imagem da fibra nacional. “É uma parceria que deu certo e vai além das ações do nosso acordo. É animador o que a Abrapa descreveu hoje e dar continuidade a essa transformação é fundamental”, observou. Macclay deseja conhecer em detalhes o programa de rastreabilidade, gerenciado pela Associação, e trazer perspectivas globais do interesse do setor. “Temos muito a aprender e queremos o input de vocês como exemplo para outras regiões produtoras”. Macclay reconhece que é um processo de aprendizagem e de atualização da BCI que impactará na credibilidade do mercado. Pensando em uma agenda de longo prazo, a BCI definiu pontos estratégicos que devem ser trabalhados na agenda 2030, entre os quais, a saúde do solo, a mitigação das mudanças climáticas, o uso eficiente de pesticidas, empoderamento da mulher e meios de subsistência dos pequenos agricultores. São temas pertinentes, segundo Macclay, que o mercado demanda e o Brasil poderá auxiliar compartilhando as iniciativas em curso. A reunião foi acompanhada pelo gestor de sustentabilidade da Abrapa, Fábio Antônio Carneiro, e pelo gerente da BCI, Álvaro Moreira.   Leia Mais: Abrapa e Better Cotton discutem fortalecimento da sustentabilidade do algodão brasileiro | MAIS SOJA - Pensou Soja, Pensou Mais Soja Mídia: Mais Soja - 02/08/2022

Cerrado é a nova fronteira da produção de Algodão
02 de Agosto de 2022

O cerrado brasileiro, que revolucionou a produção de grãos, com soja e milho, se torna também o celeiro da produção de algodão, acompanhe no link abaixo uma matéria em uma fazenda algodoeira na cidade de Cristalina-GO.   Assista: https://youtu.be/0UF4icEKl5E?t=1660 Mídia: Canal do Boi/YouTube - 01/08/2022  

Com biofábricas, rastreabilidade e moda consciente, algodão sustentável vira diferencial brasileiro
02 de Agosto de 2022

O algodão é uma fibra natural encontrada em muitos itens básicos, do vestuário à cozinha, de produtos de higiene a papel moeda – o tecido leve e respirável que mantém frescor e maciez, que contribui para a limpeza e ajuda a tratar feridas. Provavelmente, você é uma das muitas pessoas que usam algodão diariamente. Comparado a outras fibras comuns de vestuário, como poliéster sintético e produtos semissintéticos, o algodão tem a vantagem de ser um produto totalmente natural, o que significa, também, que é biodegradável. Embora o algodão seja uma fibra natural, sua produção, ao longo dos séculos, foi assombrada pelo impacto promovido, entre outros, na forma de poluição e exploração de trabalho. A fibra natural mais abundantemente fabricada no mundo (estima-se que 25 milhões de toneladas de algodão sejam produzidas a cada ano) passou por um caminho tortuoso até chegar à fase atual, marcada pela preocupação global em fazer com que o “ouro branco” seja plantado, colhido, aprimorado e comercializado de forma sustentável e ética. No que diz respeito ao meio ambiente, o algodão enfrenta alguns obstáculos: geralmente, requer muita água para crescer, e é cultivado principalmente em condições áridas. Isso significa que, em algumas culturas, não apenas grandes quantidades de água são usadas para cultivar algodão todos os anos, mas a produção também contribui para o ressecamento de algumas regiões. E o alto nível de desperdício de água não se deve apenas à irrigação – também é comumente resultado do uso ineficiente da água e da poluição devido ao uso de pesticidas. Esse cenário, contudo, está cada vez mais distante da realidade brasileira. O país é o maior fornecedor de algodão sustentável do mundo: a fibra produzida aqui é predominantemente cultivada de forma responsável (75% da produção possui certificação socioambiental), gera empregos, movimenta a economia e contribui para uma moda consciente. O Brasil é campeão mundial em produtividade quando o assunto é o algodão sem irrigação: mais de 90% de nossas plantações dependem apenas da água da chuva para se desenvolver. Em Cristalina, município goiano a cerca de 270 quilômetros da capital Goiânia, imensas colheitadeiras da SLC Agrícola, que podem pesar toneladas, circulam pelas lavouras da fazenda Pamplona colhendo a safra 2021/2022 de algodão. A companhia responde por cerca de 11% da produção brasileira da commodity, estimada em 2,61 milhões de toneladas para a safra encerrada em junho. A SLC é um dos centenas de grupos agrícolas que possuem o selo ABR (Algodão Brasileiro Responsável), um programa que assegura a sustentabilidade da fibra nas boas práticas sociais, ambientais e econômicas. E as práticas abrem um mercado mais valorizado pelos consumidores internos e também no mercado internacional. "Ainda hoje, precisamos desmistificar a percepção sobre o algodão. Muita gente ainda puxa pelo histórico de trabalho escravo, do alto consumo de agrotóxicos, e essa não é mais a realidade. Hoje, o Brasil é líder mundial em produção de algodão sustentável. E a sustentabilidade é uma demanda muito forte do próprio consumidor. Por isso, focamos na produtividade e eficiência, com rastreabilidade completa de cada fardo", definiu o diretor executivo da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), Marcio Portocarrero, em uma visita aos vastos campos repletos de algodão da fazenda Pamplona, em Cristalina, acompanhada pela reportagem do Um Só Planeta.   Menos poluição, menos emissões Nos últimos anos, o Brasil tem se mantido entre os cinco maiores produtores mundiais da fibra, ao lado de países como China, Índia, EUA e Paquistão, e a demanda pelo produto local deve continuar aquecida. No acumulado do ano-safra, já foram exportadas 1,6 milhão de toneladas em pluma, totalizando uma receita de US$ 3,17 bilhões (cerca de R$ 17 bilhões na cotação atual). O vasto cultivo de algodão orgânico, em vez do algodão convencional, é uma vantagem competitiva para o Brasil tanto pelo viés econômico quanto pelo ambiental. A prática reduz os níveis de poluição da água em 98%, de acordo com um relatório da Water Footprint, uma vez que produtos químicos sintéticos como pesticidas e fertilizantes não são usados. De acordo com a Textile Exchange, o algodão orgânico cria 46% menos emissões de gases de efeito estufa do que o algodão convencional, simplesmente por não usar fertilizantes e pesticidas que liberam dióxido de nitrogênio e usar menos práticas agrícolas mecanizadas. Por ser livre de fertilizantes e pesticidas, o solo também atua como um "sumidouro de carbono", absorvendo CO2 da atmosfera. A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) destaca que todas as fazendas certificadas pelos programas Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e Better Cotton Initiative (BCI) – uma organização sem fins lucrativos, criada em 2005, com sede em Genebra, Suíça, que atua para melhorar a produção mundial do algodão para aqueles que o produzem, para o meio em que é cultivado e o para futuro do setor – seguem boas práticas ao longo de todo o processo de manejo do algodão. O equivalente a 75% de todas as unidades produtivas do país na safra 2019/2020 priorizam o manejo integrado de pragas e o controle biológico em seu sistema de manejo agronômico. Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais adotam os agentes de controle biológicos massivamente nas lavouras de algodão, segundo a Abrapa. Os Estados detêm cinco biofábricas, com a capacidade de atender 1,1 milhão de hectares da pluma na safra 2020/2021 – o correspondente a mais de 80% da produção nacional. Esses feitos são destacados pelo movimento Sou de Algodão, criado pela Abrapa, em parceria com o Instituto Brasileiro do Algodão (Iba), em 2016, para despertar uma consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável. Para atingir seus objetivos, o Sou de Algodão busca a união de todos os agentes da cadeia produtiva dessa fibra, passando pelo homem do campo, tecelões, artesãos, fiadores, designers de moda, estilistas e estudantes, produzindo campanhas focadas e conteúdos direcionados ao consumidor final. Além disso, firma parceria com marcas que valorizam a fibra e trabalham com produtos que utilizam, no mínimo, 70% de algodão. O movimento deu origem à iniciativa de rastreabilidade SouABR, que, através de tecnologia blockchain, rastreia peças de roupa, desde o plantio do algodão certificado até a venda do produto final, para que o consumidor tenha certeza da origem daquilo que está adquirindo e qual o impacto que esta compra teve no meio ambiente, na sociedade e na economia. A matéria-prima certificada permite mapear o caminho percorrido da semente plantada até o guarda-roupa, evidenciando o cuidado cada vez maior com a sustentabilidade em cada etapa do caminho.   Do cultivo à loja: a cadeia do algodão Produção A terra é trabalhada para o cultivo do algodão. Com safras apenas uma vez ao ano, as plantas crescem, florescem e os capulhos são colhidos e direcionados para a etapa de beneficiamento.   Beneficiamento Na algodoeira (usina de beneficiamento), tudo começa com o desmanche do rolo que vem da lavoura para o descaroçamento e limpeza de todas as impurezas da pluma. Na sequência, acontece a prensagem em fardos de, em média, 220 kg, e a separação de duas amostras, uma de cada lado, para as respectivas análises de características intrínsecas e extrínsecas do algodão beneficiado. Aí então é emitido o código de barras do Sistema Abrapa de Identificação (SAI) que garante 100% da rastreabilidade do algodão brasileiro.   Fiação Depois de produzido e beneficiado, o algodão chega à fiação para ser transformado em fios. A partir daqui, a fibra começa a se transformar.   Malharia e tecelagem Nessa fase, o fio se une em tramas, formando o tecido que será utilizado na confecção de peças finais. São trabalhadas texturas, padronagens e cores, dando o pontapé inicial no processo criativo dos designers e estilistas.   Confecção É na confecção que o algodão ganha uma utilidade: com a criatividade de estilistas e costureiros, são produzidas as peças finais com desenhos variados.   Varejo Nos pontos de venda, as peças encontram o consumidor final. É lá que você escolhe, combina, incrementa e decide como e quando aquela peça será utilizada.   Leia Mais: Com biofábricas, rastreabilidade e moda consciente, algodão sustentável vira diferencial brasileiro | Consumo Consciente | Um só Planeta (globo.com) Mídia: Um Só Planeta/Globo - 01/08/2022

GT discute manejo integrado de pragas e doenças nas lavouras
01 de Agosto de 2022

Para discutir o Manejo Integrado de Pragas e Doenças nas lavouras, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e a Better Cotton (BCI) reuniram pesquisadores, representantes de empresas e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em um fórum virtual, na quinta-feira, 28. Foi a segunda reunião do grupo com vistas a compartilhar experiências referentes ao controle genético como ferramenta no manejo integrado de pragas e doenças nas lavouras de algodão do País. Representantes da Basf, Bayer e Corteva, além do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt) fizeram um relato das tecnologias usadas para auxiliar no manejo integrado de pragas, proporcionando redução de uso de químicos específicos nas lavouras. A Basf mostrou as melhorias no combate de doenças, como a Ramulária (Ramulária aréola), vista como uma das mais agressivas para o cultivo do algodão, e de lagartas, nematóides e plantas daninhas. O investimento da empresa em genética e biotecnologia é a ferramenta para que se consiga o manejo racional que a cultura exige. O desafio das empresas é melhorar as soluções de combate a pragas e doenças atendendo os produtores que têm custos elevados de produção. A Bayer também foca no melhoramento genético como forma de otimizar o uso de insumos nas plantações e a Corteva, embora não tenha grande atuação na cultura algodoeira, anunciou que trabalha no desenvolvimento de materiais para a lavoura de algodão para os próximos anos e pretende estar mais presente auxiliando o produtor. Para Rafael Galbieri, fitopatologista do IMamt, o desafio permanente é o monitoramento das doenças na cultura. “É um trabalho permanente de auxílio e controle eficiente e sustentável”, disse. A próxima reunião do GT se realizará, no mês de outubro, e a intenção é avançar com o tema da atualização de produtos biológicos no manejo das lavouras. As reuniões são trimestrais e se estenderão até 2023, quando será publicado o Manual de Manejo Integrado de Pragas e Doenças do algodão brasileiro, atualizado. Ao todo, serão sete encontros virtuais com duração de duas horas, onde se pretende abordar temas como: variedades e resistência das pragas, uso de produtos biológicos, métodos de aplicação, registro de novos pesticidas e controle de pragas, ervas e doenças. O diretor Executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, ressalta a importância das contextualizações do mercado e das discussões sobre o tema para melhorar a competitividade do algodão brasileiro. Segundo ele, é uma oportunidade de mostrar os avanços da cotonicultura quando o tema é sustentabilidade. A expectativa de Portocarrero é de que o documento atualizado sobre o manejo itegrado possa servir de subsídio aos produtores do País.  João Rocha, da BCI, destacou a importância dos debates para a BCI conhecer mais sobre a cultura no País e divulgar as boas práticas na cadeia. (Saiba mais sobre a atuação do GT: Fórum técnico capacitado, em âmbito nacional, para discutir a superação dos atuais desafios encontrados no campo; Divulgação internacional das boas práticas de MIP no algodão produzido no Brasil; Monitoramento das principais pragas e doenças da cotonicultura brasileira; Publicação de um manual atualizado de manejo integrado de pragas e doenças do algodão brasileiro.

Conheça o caminho do algodão do plantio até o seu guarda-roupa
01 de Agosto de 2022

Na Fazenda Pamplona, que fica em Cristalina (GO), a 125 quilômetros de Brasília, campos de algodão formam um vasto mar branco. Máquinas colhem toneladas do fruto, matéria-prima muito usada na indústria têxtil. A convite da Sou de Algodão, uma iniciativa da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão) que mostra ao consumidor como a fibra chega até ele, a Revista acompanhou por um dia as etapas percorridas pelo algodão: da lavoura à confecção. Nossa primeira parada foi na Fazenda Pamplona. Ela tem selo ABR (Algodão Brasileiro Responsável) e é licenciada pela BCI (Better Cotton Initiative), protocolos de boas práticas agrícolas, sociais e econômicas. Isso significa que 100% das plumas são de origem responsável, o que é afirmado por auditorias anuais, que não aceitam regressão. A Fazenda precisa garantir a saúde e a segurança dos 218 colaboradores. Além de princípios básicos como esse, Diego André Goldschmidt, coordenador de produção, explica que são oferecidas áreas de lazer na sede e há um esforço em educar produtores sobre hábitos conscientes. Em relação à preservação ambiental, o destaque vai para a economia de água e energia. Enquanto os Estados Unidos e a Austrália irrigam mais de 80% das áreas de algodão, o Brasil irriga 8%. Os 92% restantes são cultivos sem adição de água, chamados sequeiros. De acordo com a Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), esse é o principal dado que sustenta que o Brasil é o maior fornecedor de algodão sustentável do mundo. Uma cultura que já ocupou o sertão e a beira-mar, encontrou, no centro do país, condições ideais para o seu desenvolvimento. No Centro-Oeste, onde estão 90% da cotonicultura brasileira, o algodão é plantado em novembro e a colheita é entre junho e agosto. A chuva é certa, pelo menos, nos primeiros 90 dias. Depois, acredite se quiser, a seca ajuda a planta a se desenvolver, razão pela qual os sequeiros funcionam aqui.   As áreas plantadas conservam 30% da vegetação nativa e, para combater a praga do algodão, conhecida como bicudo, um drone deposita o herbicida onde tem maior incidência do bicho, e não de forma generalizada.   Beneficiamento Então, o fardo de algodão (rolo, pacote), com aproximadamente 2.300kg, é levado para a algodoeira, previamente à industrialização. Na fase do beneficiamento, separam-se as sementes das fibras a partir de processos mecânicos — tudo é aproveitado. Uma limpeza fina retira a poeira e a limpeza grossa, caules e folhas que ficaram presos. O briquete, uma pasta compactada que é subproduto do algodão, pode ser usado em tapetes e sacaria. O caroço vira ração para gado. A pluma, que se aproxima do algodão que conhecemos, vai para uma balança e, em seguida, é ensacada. Posteriormente, esse material é analisado por laboratórios especializados. Um deles está na sede da Abrapa, aqui em Brasília.   Peças rastreáveis Lá, vimos que todos esses fardos têm QR Codes com dados da produção, da algodoeira e do laboratório por onde o algodão passou. O mapeamento completo é parte do Programa de Rastreabilidade do Algodão Brasileiro. Usando a câmera do celular, dá para verificar onde ele foi plantado, o mapa da fazenda, as máquinas usadas e o resultado da análise. É como uma carteirinha de identificação do algodão. Marcio Portocarrero, diretor executivo da Abrapa, lembra que, em 1980, o Brasil produziu 500 mil toneladas de pluma em quatro milhões de hectares. Hoje, tem uma produtividade cinco vezes maior em uma área plantada praticamente três vezes menor — são três milhões de toneladas em pouco mais de 1,5 milhão de hectares. "Por muito tempo, estávamos produzindo e esperando que nos comprassem. Agora, graças a décadas de investimento em tecnologia e pesquisa, o algodão nacional supre toda a demanda interna", detalha. O algodão é usado em itens de cama, mesa, banho e vestuário. Marcas como Farm, Malwee, Maria Filó, Marisa, Renner e Reserva são algumas das empresas que buscam este tipo de produto certificado.   Leia Mais: Conheça o caminho do algodão do plantio até o seu guarda-roupa (correiobraziliense.com.br) Mídia: Correio Braziliense - 31/07/2022