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A jornada pioneira da Lojas Renner por uma moda mais sustentável
01 de Março de 2023A Lojas Renner vem protagonizando uma série de avanços em prol de uma moda mais justa, ética e sustentável. Tem uma operação carbono neutro desde 2016; utiliza em suas coleções algodão responsável — como materiais orgânicos, agroecológicos ou reciclados —; adota fontes de energia renováveis; e tem 100% da cadeia de fornecedores de produtos da marca Renner com certificação socioambiental. Mas se engana quem pensa que o trabalho da companhia, considerada a maior varejista de moda omni do Brasil, é recente. Em 2008, por exemplo, a Lojas Renner criou um comitê específico sobre sustentabilidade junto com seu conselho de administração e, no mesmo ano, fundou o Instituto Lojas Renner, pilar social da companhia. Agora, em 2023, a companhia comemora uma década da criação de sua área de Sustentabilidade. Ou seja, a preocupação em estabelecer uma agenda ESG existia antes mesmo de a sigla se tornar conhecida. Na prática, essa estrutura foi responsável, ao longo dos últimos dez anos, pela implantação de projetos e processos divididos em dois ciclos de compromissos públicos de sustentabilidade: o primeiro, de 2018 a 2021, e o segundo, de 2022 a 2030. “A criação da nossa área de Sustentabilidade, em 2013, quando ainda pouco se falava sobre o assunto no setor, impulsionou a evolução da Lojas Renner de maneira sólida e consistente, sempre em parceria com diferentes elos da cadeia produtiva, buscando o desenvolvimento de novos processos, produtos e serviços mais sustentáveis”, comenta a diretora de Gente e Sustentabilidade da empresa, Regina Durante. “Essa trajetória criou oportunidades contínuas de geração de valor para a companhia e para toda a sociedade.” Dez anos de inovações e evoluções O pioneirismo da Lojas Renner no setor de moda brasileiro trouxe resultados. Desde 2016, 100% dos gases de efeito estufa emitidos pelas operações da companhia são compensados, por meio do investimento na restauração de 186.000 hectares de florestas. Em 2018, a marca Renner lançou o selo Re – Moda Responsável, que identifica para os clientes os produtos feitos com atributos de sustentabilidade, como o uso de matérias-primas menos impactantes (a exemplo do fio reciclado) e a adoção de processos como o menor consumo de água na fabricação das peças. Além disso, com o programa de logística reversa EcoEstilo, criado em 2011, a varejista coleta e dá destinação correta a mais de 50 toneladas de frascos de perfumaria e roupas em desuso por ano. Primeira loja circular do Brasil Mais recentemente, em 2021, a Renner foi novamente pioneira ao inaugurar, de forma inédita no varejo brasileiro, uma loja que segue o conceito de circularidade. Localizada no Shopping Rio Sul, no Rio de Janeiro, a nova loja foi projetada considerando a melhor escolha para o uso de recursos, como a reutilização e o descarte adequado de materiais no fim da vida útil e a menor geração de resíduos, de emissões de gases de efeito estufa e do consumo de água e energia, além da manutenção de espaços verdes com plantas e elementos naturais. A marca já conta com quatro lojas desse tipo, e os atributos desse novo conceito serão aplicados a todas as suas novas unidades a partir de agora. - (Arte/Exame) Rumo ao próximo ciclo de metas Para 2030, os objetivos do novo ciclo de compromissos, apresentados em 2022, desdobram-se em três pilares: 1. Soluções climáticas, circulares e regenerativas O objetivo é fazer a transição para a descarbonização dos negócios da Lojas Renner S.A. com métricas baseadas na ciência, para criar as condições de levá-la à neutralidade climática (net zero) em 2050. Além disso, a varejista quer que 100% das roupas de suas marcas próprias sejam mais sustentáveis e se compromete a incorporar os princípios da circularidade no desenvolvimento de todos os seus produtos, matérias-primas e serviços. 2. Conexões que amplificam; relações humanas e diversas A companhia pretende que os fornecedores de todas as suas marcas tenham certificação socioambiental e prevê a implantação de sistemas de rastreabilidade em 100% dos produtos de algodão. Alinhadas a essa meta, em 2022 e 2023 já foram lançadas as primeiras coleções de jeans femininos rastreados com tecnologia blockchain, em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). 3. Avanço dos indicadores internos de diversidade O objetivo, aqui, é garantir oportunidades de pleno desenvolvimento pessoal e profissional a todos os colaboradores. Para isso, foi estabelecido que até 2030 pelo menos 50% dos cargos de liderança deverão ser ocupados por pessoas negras, 18 pontos percentuais a mais do que a participação atual, e que no mínimo 55% da alta liderança deverá ser formada por mulheres, ou 6 pontos percentuais a mais do que o cenário observado atualmente. Selo Re – Moda Responsável: selo identifica para os clientes da Renner os produtos feitos com atributos de sustentabilidade, como o uso de matérias-primas e processos menos impactantes (Lojas Renner S.A./Divulgação). Selo Re – Moda Responsável: selo identifica para os clientes da Renner os produtos feitos com atributos de sustentabilidade, como o uso de matérias-primas e processos menos impactantes (Lojas Renner S.A./Divulgação) Reconhecimento internacional Com a maior pontuação entre todas as varejistas que compõem o Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 (ISE B3), do qual faz parte há nove anos, a Lojas Renner S.A. é a prova de que o caminho que começou a trilhar há dez anos vem rendendo bons frutos. Primeiro lugar entre as varejistas de moda do Dow Jones Sustainability Index (DJSI), que integra há oito anos, a empresa foi uma das poucas companhias brasileiras convidadas para participar, em 2022, da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), no Egito, onde apresentou sua trajetória e suas iniciativas para implementar as melhores práticas de sustentabilidade em seu ecossistema de moda e lifestyle. Regina Durante (primeira da esquerda pra direita) e Eduardo Ferlauto, da Lojas Renner, durante a COP 27 no Egito: empresa apresentou sua trajetória e suas iniciativas para implementar as melhores práticas de sustentabilidade (Lojas Renner S.A./Divulgação) “Estar na COP27 foi um marco que nos permitiu acelerar aprendizados e realizar conexões para seguir contribuindo com a transformação do setor de moda no Brasil. Sabemos que temos um papel importante para engajar a cadeia produtiva e fornecer alternativas de consumo cada vez mais conscientes ao consumidor”, afirma Eduardo Ferlauto, gerente-geral de sustentabilidade da empresa. Primeiro lugar entre as varejistas de moda do Dow Jones Sustainability Index (DJSI), que integra há oito anos, a empresa foi uma das poucas companhias brasileiras convidadas para participar, em 2022, da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), no Egito, onde apresentou sua trajetória e suas iniciativas para implementar as melhores práticas de sustentabilidade em seu ecossistema de moda e lifestyle. Regina Durante (primeira da esquerda pra direita) e Eduardo Ferlauto, da Lojas Renner, durante a COP 27 no Egito: empresa apresentou sua trajetória e suas iniciativas para implementar as melhores práticas de sustentabilidade (Lojas Renner S.A./Divulgação) “Estar na COP27 foi um marco que nos permitiu acelerar aprendizados e realizar conexões para seguir contribuindo com a transformação do setor de moda no Brasil. Sabemos que temos um papel importante para engajar a cadeia produtiva e fornecer alternativas de consumo cada vez mais conscientes ao consumidor”, afirma Eduardo Ferlauto, gerente-geral de sustentabilidade da empresa. Fonte: https://exame.com/negocios/a-jornada-pioneira-da-lojas-renner-por-uma-moda-mais-sustentavel/
Abrapa e BCI realizam workshop sobre Manejo Integrado de Pragas e doenças do algodoeiro
28 de Fevereiro de 2023No ano em que completa dez anos de parceria com a Better Cotton Initiative (BCI) no Brasil, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) sedia um workshop promovido em conjunto com a entidade suíça, sobre melhores práticas em proteção de cultivos, com ênfase no Manejo Integrado de Pragas e doenças (MIP). O evento tem como objetivo discutir estratégias para a redução do uso de defensivos químicos nas lavouras de algodão do Brasil, levando em conta as condições climáticas, que favorecem a pressão parasitária, e, sobretudo, a presença do bicudo-do-algodoeiro, que, desde 1983, tem sido a mais danosa praga da cotonicultura no país. O evento começou no dia 28 de fevereiro e prossegue até 02 de março. A programação ocorre na sede da Abrapa, em Brasília, e, em uma etapa de campo, na fazenda Pamplona, do grupo SLC, no município de Cristalina/GO. Durante o workshop, especialistas apresentam inovações para o controle de pragas e dividem casos de sucesso, como o da Austrália, que será apresentado por Dr Paul Grundy, do portal CottonInfo. O estudo de caso de uma estratégia americana em MIP será apresentado pelo professor de entomologia da Universidade do Arizona, Dr Peter Ellsworth. O entomologista brasileiro, Dr Paulo Degrande, também participa do workshop, e vai falar sobre o MIP no Brasil. De acordo com o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel, dadas as condições naturais de clima e solo do país, que não possui invernos rigorosos ou outros fatores de quebra do ciclo de pragas e doenças, o uso dos defensivos num modelo de MIP é uma questão de sustentabilidade. “O produtor de algodão brasileiro é racional no uso destes insumos, que, inclusive, representam a maior parcela dos seus custos agrícolas. A cada dia, estamos agregando outras tecnologias ao nosso MIP, com grande destaque para os biológicos”, disse. Ele afirma, ainda, que encontrar soluções sustentáveis para proteger as lavouras de algodão e fomentar a adoção de melhores práticas agrícolas são prioridades da Abrapa, contempladas no programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR). “O ABR vem sendo cada vez mais reconhecido pelos mercados, Governos e sociedade, e, este ano, completa uma década de benchmark com a BCI, numa prova de alinhamento de ideais com esta que é a entidade de referência global em licenciamento de algodão produzido em bases responsáveis”, finaliza Schenkel.
Júlio Cézar Busato é empossado 1º vice-presidente do Instituto Pensar Agropecuária (IPA)
28 de Fevereiro de 2023A cerimônia de posse ocorreu, na manhã desta terça-feira, 28 de fevereiro, na sede da Confederação Nacional da Agropecuária (CNA), em Brasília. Engenheiro Agrônomo e agricultor, Busato foi presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), no biênio 2021/2022, e, anteriormente, presidiu a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), dentre outras entidades de representação do agro no Brasil. A Abrapa compõe chapa do atual presidente do instituto, Nilson Leitão. O IPA congrega representantes das cadeias produtivas do agro brasileiro, da produção à indústria. A entidade discute e elenca as pautas prioritárias para o desenvolvimento agropecuário e subsidia, com informações, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que irá defendê-las no Congresso Nacional.
Uma década de alinhamento por um algodão mais responsável
28 de Fevereiro de 2023Este ano, a cotonicultura brasileira celebra dez anos de uma grande conquista, o benchmark com a Better Cotton Initiative (BCI), entidade presente em 26 países e que é sinônimo de licenciamento de fibra produzida em padrões responsáveis. Somos hoje a origem de 42% de todo o algodão chancelado por esta instituição, em todo o mundo. O volume, contudo, diz muito menos sobre o que significa essa parceria com uma renomada instituição internacional do que o fato de que, no Brasil, coube a nós, Abrapa, sermos o parceiro oficial de implementação do programa da BCI, junto aos produtores. Isso foi possível graças ao nosso programa de certificação das fazendas, o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), reconhecido, primeiro por esta instituição e, cada vez mais, pelos diferentes órgãos do governo, por agentes financeiros e pelo mercado como o compromisso do cotonicultor brasileiro com a sustentabilidade. A complexidade e seriedade do nosso programa é tal, que um produtor que tenha se habilitado a conseguir a certificação ABR, terá como certo licenciamento da BCI, se assim for a sua vontade. Isso se explica pelo fato de que o ABR é respaldado nas legislações Ambiental e Trabalhistas do Brasil, de onde derivam os 183 itens constantes no seu checklist. A BCI, por sua vez, requer 51 itens, já englobados nas exigências nacionais. Ambos os programas têm Critérios Mínimos de Produção obrigatórios, que eliminam, de saída, quem não os cumpra. O Brasil abraçou a sustentabilidade desde que retomou a produção brasileira de algodão, em novos moldes e nova localização, na região centro-oeste. Sem isso, produzir a fibra no cerrado jamais deixaria o plano das ideias para se tornar realidade. O algodão brasileiro é um caso de sucesso porque, com estratégias sustentáveis, conseguimos reescrever a nossa própria história, deixando de ser o segundo maior importador mundial do produto para nos tornarmos o segundo maior exportador, entre todos os países produtores. De origem desacreditada, há pouco mais de 20 anos, hoje temos o algodão que os consumidores e o mundo querem e precisam: com volume, qualidade e sustentabilidade. Elegemos a esta última como compromisso. Feito o dever de casa, juntamos outras das nossas competências, a rastreabilidade, para desenvolver um projeto inovador, o SouABR, pelo qual se pode resgatar todo o caminho sustentável que o algodão percorreu, desde a semente até o guarda-roupa. Fizemos as primeiras experiências, com extremo sucesso no Brasil, junto com as varejistas Reserva e Renner. Em breve, passos ainda mais largos serão empreendidos. No ano em que comemoramos dez anos de benchmark com a BCI, nossa aliança fica ainda mais forte. No final de fevereiro e início de março, estaremos juntos num workshop, aqui no Brasil, debatendo melhores práticas em proteção de cultivos, com o Manejo Integrado de Pragas (MIP). Trocando experiências e olhando para o horizonte. E quando se trata de sustentabilidade, horizonte é algo ainda mais largo e está sempre mais adiante. Por: Alexandre Pedro Schenkel
CEO e equipe da Better Cotton Initiative (BCI) conheceram detalhes dos programas de rastreabilidade e sustentabilidade do algodão brasileiro
28 de Fevereiro de 2023No dia 27 de fevereiro, véspera do workshop sobre Manejo Integrado de Pragas (MIP), o CEO da Better Cotton Initiative (BCI), Alan McClay, reuniu-se com o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Alexandre Schenkel, na sede da entidade dos cotonicultores, em Brasília. McCLay e o time da BCI assistiram a apresentações sobre o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), o programa de rastreabilidade, e a iniciativa da Abrapa que uniu esses dois pilares, possibilitando, pela primeira vez no Brasil, rastrear toda a cadeia produtiva de uma peça de vestuário, desde a semente até o guarda-roupa. Chamada de SouABR, a inovação foi encampada, primeiro, pelas varejistas Reserva e Renner, e, agora está aberta às marcas interessadas e elegíveis a participar. O workshop será realizado entre os dias 28 de fevereiro e 02 de março, com presença de especialistas nacionais e internacionais. A apresentação sobre sustentabilidade foi conduzida pelo diretor-geral da Abrapa, Marcio Portocarrero, e a diretora de Relações Institucionais da Abrapa, Silmara Ferraresi, falou sobre a rastreabilidade. Durante o evento, o CEO da BCI elogiou a atuação da Abrapa e não escondeu o seu entusiasmo com os passos dados pela associação, ao unir os dois pilares. ""Eu estou impressionado. É difícil apontar uma única iniciativa, porque ouvi da Abrapa o que está acontecendo em rastreabilidade e a relação com as marcas varejistas. O trabalho da associação está abrangendo diferentes facetas da cadeia de suprimentos. É muito mais do que eu imaginava. A rastreabilidade é uma inovação tecnológica incrivelmente complexa e interessante. Isso abre oportunidades de negócios ao consumidor e ao produtor"", afirmou McCLay. Ele acrescentou que ""a rastreabilidade vai nos ajudar a contar a verdadeira história, para que consumidores e opinião pública possam entender os grandes esforços que estão sendo empreendidos na produção de algodão"", disse Ainda segundo o CEO, uma das coisas bonitas do benchmark entre o ABR e a BCI é que se pode aprender uns com os outros. ""O mercado mudou consideravelmente, desde que firmamos a parceria, em 2013. Há dez anos, o consumidor já nos dizia que devíamos adotar práticas de agricultura mais sustentáveis. Hoje, ele nos pede detalhes específicos, no nível de produção, do ponto de vista ambiental e social. Nós nos antecipamos a isso, e a transformação está ocorrendo"", finalizou. 28.02.2023 Imprensa Abrapa Catarina Guedes – Assessora de Imprensa (71) 9 8881-8064 Crédito da foto: Carlos Rudiney/ Abrapa
Plano de Fertilizantes quer reduzir dependência externa
27 de Fevereiro de 2023O Plano Nacional de Fertilizantes está mirando na redução da dependência externa por insumos agrícolas, de acordo com a Câmara Técnica de Insumos Agropecuários (CTIA), que trabalha o plano. Nesse contexto, Arlindo Moura, presidente da CTIA, ex-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e membro do Conselho Consultivo da entidade dos cotonicultores, apresentou um material pensar estratégias para minimizar a subordinação dos agricultores nacionais ao fornecimento externo de insumos. De acordo com Arlindo Moura, as principais frentes de ataque do problema envolvem ciência e tecnologia, síntese industrial, aspectos tributários e atração de investimentos. A produção de fertilizantes no território nacional, segundo Moura, custa caro ou é inviável, pois as jazidas são profundas e, sobretudo na região da floresta amazônica. “Tirar o fertilizante aqui do Brasil sai mais caro do que importar, em função da localização e da logística. Mas há um consenso de que, precisamos, em alguma medida, produzir para ficar menos refém do importado”, considera. Dentre essas propostas, se destaca estão o aumento da oferta de produtos e processos tecnológicos, com sustentabilidade, a capacitação de profissionais na área de fertilizantes, com apoio do CNPq, a promoção a eficiência no uso do produto, assim como aumentar, em 100%, a fixação biológica do nitrogênio no solo, com práticas agronômicas. “Hoje a dependência do Brasil por insumos, como fertilizantes, defensivos e máquinas é grande, e difícil de ser resolvida. Por isso, falamos de 30%, em 2050. É preciso tempo e muito investimento para isso e, ainda assim, não conseguiremos ser autossuficientes”, afirma Moura. No algodão, considerando o Oeste da Bahia, que planta apenas em primeira safra, os fertilizantes representam cerca de 15% dos custos de produção. Este percentual já chegou a 20%, na safra 2012/2013. Fonte: Agrolink
Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
24 de Fevereiro de 2023Destaque da Semana – Com o plantio no Brasil praticamente encerrado, a expectativa fica pela semeadura no hemisfério Norte. Os EUA devem plantar a menor área em 7 anos. Algodão em NY 1 – O contrato Mar/23 fechou ontem a 82,41 U$c/lp (+1,43%). Algodão em NY 2 - Referência para a safra 2022/23, o contrato Dez/23 era cotado a 82,22 U$c/lp (-0,30%) e o Dez/24 a 79,03 (-0,39%) para a safra 2023/24. Preços (23/02), o algodão brasileiro estava cotado a 96,50 U$c/lp (-125 pts) para embarque em Mar-Abr/23 (Middling 1-1/8"" (31-3-36) posto Ásia, fonte Cotlook). Para embarque em Out-Nov/23 a referência do preço fechou em 98,75 U$c/lp (-75 pts). Altistas 1 - Esta semana foi realizado o evento 2023 Annual Outlook Forum do USDA em Washington. O órgão projeta um crescimento de 0,5% na produção (para 25 milhões de tons) e 4,4% no consumo (para 25,15 milhões de tons) em 23/24. Altistas 2 – Segundo o relatório apresentado, a taxa de crescimento da demanda será acima da média porque os fundamentos econômicos são favoráveis e as disrupções causadas pela Covid-19 chegaram ao fim. Baixistas 1 – O dólar dos EUA atingiu máxima de 7 semanas na quinta-feira com a divulgação das atas do Fed indicando que o banco deve continuar aumentando os juros. Baixistas 2 – Segundo análise da consultoria Cotlook, as margens nas vendas de fios continuam pouco atraentes para as fiações. EUA 1 - No evento do USDA, também foi divulgada a estimativa de plantio e produção dos EUA. A área plantada no país em 23/24 deve ser a menor desde 2016/17: 4,4 milhões de hectares (10,9 milhões de acres) EUA 2 - Esta projeção de área plantada nos EUA é a menor divulgada até agora. Os números do NCC (11,4 milhões de acres) e da revista Cotton Grower (11,6 milhões) foram maiores. EUA 3 - No entanto, a perspectiva do USDA para a produção dos EUA em 23/24 é de 3,4 milhões de toneladas (+8%), apenas de menor área plantada. EUA 4 - A diferença é que na última safra (22/23) o abandono de lavouras foi de 46% e a estimativa para 23/24 é de 18%. Em 21/22, o abandono foi de apenas 8,4%. China 1 - Há rumores no mercado que a China está construindo uma estratégia para exportar algodão de Xinjiang para países que produzem para mercados que não têm restrição com o produto. China 2 - Isso pode significar maior apetite chinês para algodão importado, uma vez que os mercados de alto valor agregado estão cada vez mais fechados ao algodão produzido em Xinjiang. Paquistão 1 – O presidente da Associação de Indústrias Têxteis do Paquistão informou ao governo que aproximadamente 10 milhões de trabalhadores ficarão desempregados por causa da grave crise econômica e queda nas exportações. Paquistão 2 - Fiações no país vem sofrendo com o esgotamento das reservas cambiais, o que tem tornado excepcionalmente difícil a abertura de Cartas de Crédito para importações de algodão. Turquia - A crise humanitária da Turquia continua grave e deve continuar impactando o setor têxtil local por vários meses. Exportações - De acordo com dados do MDIC, o Brasil exportou 34,7 mil tons de algodão até a terceira semana fev/23. A média diária de embarque foi 69,5% inferior quando comparado com fev/22. Semeadura 2022/23 - Até ontem (23/02): BA (99,3%); GO (88,6%); MA (100%), MG (98%), MS (100%); MT (99,9%); PI (100%); PR (100%), SP (98%). Total Brasil: 99,5% semeado. Beneficiamento 2021/22 - Até ontem (23/02) 99,74% beneficiado, restando apenas o estado do Maranhão para finalizar o processo. Preços - Consulte tabela abaixo ⬇ Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, programa da Abrapa. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com
Plano Nacional de Fertilizantes mira redução da dependência externa por insumos agrícolas
23 de Fevereiro de 2023Reduzir a dependência brasileira por fertilizantes, de 80% para 50%, até 2050, é o desafio do Plano Nacional de Fertilizantes, que vem sendo trabalhado pela Câmara Técnica de Insumos Agropecuários (CTIA), a partir de 2008, e atualizado com maior afinco, desde 2022, com o início da Guerra na Ucrânia. Na última semana, o presidente da câmara, Arlindo Moura, ex-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e membro do Conselho Consultivo da entidade dos cotonicultores, apresentou, em reunião – que teve breve participação do ministro da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro – o material, elaborado pelo Grupo de Trabalho designado para pensar estratégias para minimizar a subordinação dos agricultores nacionais ao fornecimento externo de insumos. Sem estes produtos, o Brasil não poderia se tornar um dos maioresplayers mundiais na produção de alimentos e algodão. A CTIA é uma câmara que envolve nove ministérios e é composta por representantes das cadeias produtivas, sobretudo do setor de insumos, como importadores e distribuidores. De acordo com Arlindo Moura, as principais frentes de ataque do problema envolvem ciência e tecnologia, síntese industrial, aspectos tributários e atração de investimentos. A produção de fertilizantes no território nacional, segundo Moura, custa caro ou é inviável, pois as jazidas são profundas e, sobretudo, na região da floresta amazônica. ""Tirar o fertilizante aqui do Brasil sai mais caro do que importar, em função da localização e da logística. Mas há um consenso de que, precisamos, em alguma medida, produzir para ficar menos refém do importado"", considera. Dentre as saídas propostas no documento, estão o aumento da oferta de produtos e processos tecnológicos, com sustentabilidade, a capacitação de profissionais na área de fertilizantes, com apoio do CNPq, a promoção da eficiência no uso do produto, assim como aumentar, em 100%, a fixação biológica do nitrogênio no solo, com práticas agronômicas. ""Hoje a dependência do Brasil por insumos, como fertilizantes, defensivos e máquinas é grande, e difícil de ser resolvida. Por isso, falamos de 30%, em 2050. É preciso tempo e muito investimento para isso e, ainda assim, não conseguiremos ser autossuficientes"", afirma Moura. No algodão, considerando o Oeste da Bahia, que planta apenas em primeira safra, os fertilizantes representam cerca de 15% dos custos de produção. Este percentual já chegou a 20%, na safra 2012/2013. Para a próxima safra, segundo o ex-presidente da Abrapa, os preços dos fertilizantes devem ser um pouco menores do que na safra em curso, 2022/2023, mesmo assim, acima dos preços históricos. A explicação para a redução, segundo ele, foi um ajuste do próprio mercado, além de esforços governamentais para a reposição de fornecedores, com o conflito no Leste Europeu. ""É preciso enfatizar o trabalho da ex-ministra Tereza Cristina, que foi rápida e precisa, na busca por novas ofertas. A importação foi maior do que nos anos anteriores, e houve uma sobra. O Canadá foi um país que cresceu bastante no fornecimento. Em outros países, dos quais já comprávamos, o volume foi aumentado. A própria Rússia mandou um pouco mais de fertilizantes do que vinha atendendo, substituindo Belarus e Ucrânia"", conclui.