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Presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, fala dos desafios e perspectivas da produção de algodão no Brasil e mundo
03 de Junho de 2022Presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Júlio Cézar Busato, participa da Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães. Ele destaca a relevância da feira agrícola e de negócios do Norte e Nordeste e fala sobre os desafios e o trabalho realizado pelos cotonicultores para impulsionar o cultivo do algodão no País. Assista: https://youtu.be/mgtzN3jBNMM Programa Fala Carlão – Programa de TV
Missão da Abrapa vai à Ásia conhecer demandas para algodão
03 de Junho de 2022A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) levará uma delegação à Ásia para promover o algodão brasileiro. A missão visitará compradores atuais e clientes potenciais no continente em razão da tendência de aumento da produção da pluma no Brasil. Durante dez dias, o grupo, formado por cotonicultores, exportadores da fibra, membros do conselho de administração da Abrapa e representantes das associadas, passará por Indonésia, Tailândia e Bangladesh, países que são compradores do algodão brasileiro. Juntos, eles representam 21% do total embarcado para a Ásia na safra 2020\2021, cerca de 498,5 mil toneladas da fibra. Já no acumulado das exportações da safra 2021/2022 (agosto/21 a abril/22), esses destinos mantêm o percentual de vendas externas e somam 313 mil toneladas de algodão brasileiro. A viagem inicia no sábado, dia 4, e se estenderá até o dia 14. Bangladesh foi o quinto maior comprador de algodão brasileiro, na safra 2021\2022, somando 165,9 mil toneladas. Comparativamente à safra anterior, de 2020\2021, houve um recuo de 270,03 mil toneladas para os atuais 165,9 mil ton. Desse modo, merece destaque o dado que mostra Bangladesh com potencial de compra de algodão do Brasil. O país é o segundo maior importador da fibra no mundo, no entanto, apenas 14% vieram do Brasil. O cenário da Indonésia já é bem diferente. O país é o sexto maior destino da pluma brasileira no mundo, responsável pela importação de 133,2 mil toneladas de algodão brasileiro, na atual safra. Os números apontam que o país também tem mercado para a fibra brasileira, com possibilidade de crescimento das importações, uma vez que não há produção doméstica. O consumo do país soma 503 mil toneladas. Na safra 2020\2021, a Indonésia comprou do Brasil 207 mil toneladas de algodão, portanto, a participação do Brasil é de mais de 40% no país. Nono maior destino da fibra brasileira, a Tailândia importou 13,7 mil toneladas de algodão do Brasil, na safra 2021\2022. Comparativamente à safra 2020\2021, foram 7,73 mil toneladas a menos. Conjuntura que também mostra potencial de crescimento das vendas brasileiras de algodão. “Traçamos uma agenda de prioridades que envolverá encontros com representantes da indústria têxtil dos países, além de visitas técnicas em indústrias locais. É uma maneira de promovermos e ampliarmos o mercado da fibra brasileira”, destaca o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato. Os três países foram escolhidos porque estão entre os nove maiores mercados de algodão do mundo. Segundo Busato, o setor algodoeiro quer conhecer e entender as demandas dos clientes, avaliar potencial de crescimento na região, além de construir relações. “Vamos apresentar os principais avanços do algodão no Brasil e mostrar o que está por vir. Queremos relações duradouras com nossos potenciais clientes”, afirma. As informações são da Abrapa. publicado por: Agência SAFRAS link: https://safras.com.br/missao-da-abrapa-vai-a-asia-conhecer-demandas-para-algodao/#:~:text=Porto%20Alegre%2C%201%20de%20junho,produ%C3%A7%C3%A3o%20da%20pluma%20no%20Brasil
Agência Europeia de Produtos Químicos (ECHA) refuta capacidade cancerígena do glifosato
03 de Junho de 2022Para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Júlio Cézar Busato, o parecer do Comitê de Avaliação de Risco (RAC) da Agência Europeia de Produtos Químicos (ECHA) de que o glifosato não deve ser classificado como cancerígeno deve ser olhada com atenção pelas autoridades brasileiras. O parecer do RAC será finalizado e publicado até meados de agosto e enviado à Comissão Europeia e à European Food Safety Authority. As informações são da IHS Markit, empresa de fornecimento de dados e tecnologia. Tanto o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) quanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tendem a seguir o que a União Europeia dita quando o assunto é a análise de risco de defensivos químicos. Neste caso, o comitê constatou que as evidências científicas sobre o ingrediente ativo não atendem aos critérios de classificação, portanto, não deve ser classificado como cancerígeno e tóxico à reprodução. "É uma decisão que só reforça os estudos feitos pela Anvisa e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento", afirma Busato. O parecer do RAC será ainda finalizado, mas segundo o RAC, as evidências científicas disponíveis não possibilitam a classificação do ingrediente em classe específica de toxicidade, ou como substância cancerígena, mutagênica ou tóxica para a reprodução. Durante a avaliação, foi considerado extenso volume de dados científicos e centenas de contribuições recebidas nas consultas públicas. Sustentabilidade na agenda da cotonicultura A Abrapa vem trabalhando com o propósito de garantir e avançar em ações de sustentabilidade, apoiando a implantação de biofábricas nas fazendas para a produção de microorganismos, como bactérias ou fungos para o controle de pragas e doenças e necessários à política de substituição de produtos químicos.
Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
03 de Junho de 2022- Destaque da Semana – A semana começou com feriado nos EUA e termina hoje com feriado na China. Apesar da semana reduzida, a volatilidade mais uma vez pautou a semana, marcada por chuva no Texas e temores sobre a demanda global. - Algodão em NY – O contrato Jul/22 fechou ontem a 139,11 U$c/lp (-1,07%). Referência para a safra 2021/22, o contrato Dez/22 era cotado a 120,1 U$c/lp (-3,40%) e o Dez/23 a 94,55 U$c/lp (-1,70%) para a safra 2022/23. - Preços - Em 01/06, o algodão brasileiro estava cotado a 158,50 U$c/lp (-625 pts) para embarque em Jun-Jul/22 (Middling 1-1/8" (31-3-36) posto Ásia, fonte Cotlook). Para o embarque Out-Nov/22: 140,25 U$c/lp (-250 pts). - Altistas 1 - Embora tenha recebido chuvas esta semana, o oeste do Texas permanece em seca excepcional e precisa de muito mais umidade. O clima nesta região dos EUA é o grande indicador de curto prazo observado pelo mercado hoje. - Altistas 2 - Finalmente, após dois meses de severo lockdown, os 25 milhões de habitantes de Xangai estão “livres” desde a meia-noite de quarta-feira. - Altistas 3 - O ICAC anunciou esta semana números de demanda para 22/23 mais altos que o USDA (26,6 milhões tons x 26,1 milhões tons). - Baixistas 1 – O fim do lockdown em Xangai, entretanto, não altera os rumos na política de Covid-Zero da China. O país continua em alerta total e ainda tomando medidas restritivas de controle. - Baixistas 2 – A indústria têxtil na maioria dos grandes importadores na Ásia relata margens baixas ou negativas devido aos altos custos de algodão e relutância dos clientes em aumentar os preços pagos. - Baixistas 3 – Com inflação e juros em alta, os consumidores reduzem a compra de roupas. Receios sobre a demanda aumentam. Um dos indicadores que preocupam é o significativo aumento dos estoques dos varejistas nos últimos meses. - Safra 2022/23 1 - Relatório mensal do ICAC divulgado nesta semana prevê que a área global de algodão para a safra 2022/23 será de 32,78 milhões ha (1% abaixo da registrada em 2022/22), reflexo da queda de 11% nos EUA, 5% na Austrália e 1% no Brasil. - Safra 2022/23 2 - A estimativa é de que a produção totalize 26,13 milhões tons no ciclo 2022/23. O volume supera em 0,93% o ciclo 2021/22. Um dos motivos é o aumento de 25% estimado na produção do Paquistão. - Safra 2022/23 3 - O ICAC informou ainda o consumo global da fibra, estimado em 26,09 milhões tons (-0,3% em relação a 21/22) e as exportações em 10,03 milhões tons (-0,6%), com estoques finais projetados em 20,38 milhões tons (+0,2%). - Cotton Brazil - Começa neste final de semana a Missão Vendedores rumo à Ásia. A comitiva de produtores (Abrapa) e exportadores (Anea) brasileiros passará por Indonésia, Tailândia e Bangladesh com visitas a fiações, reuniões e “Cotton Days”. - Indonésia - O primeiro país visitado pela missão será a Indonésia, a partir deste domingo (5/Jun). O país importa anualmente em torno de 200 mil tons de algodão do Brasil, sendo o sexto maior mercado do Brasil no exterior. - Logística - A onda de Covid-19 em Xangai acirrou as filas de navios e os atrasos nos portos. A busca por contêineres excede e muito a capacidade disponível. Os congestionamentos nos portos chineses aumentaram 30-40% nos últimos dois meses. - Índia - A Índia anunciou que concederá subsídio de US$ 8 bilhões para compra de fertilizantes fosfatados e à base de potássio nos próximos meses para proteger seus agricultores e garantir produção. - Plantio 1 - O plantio de algodão nos EUA está 4% à frente da média de cinco anos de acordo com o USDA. Ao todo, 68% da safra já foram semeados. Na Índia, maior produtor mundial, as chuvas de monções chegaram no último final de semana e o plantio nas áreas de sequeiro já começou. - Plantio 2 - No Paquistão, apesar do clima seco, o plantio segue avançando. Na África, os produtores estão em fase de aquisição de insumos ainda, enquanto na China as lavouras se desenvolvem bem. - Colheita 2021/22 - Até ontem (02/06): GO (2,6%); MS: (2,5%); MG (2%) PR (90%); SP (53%). Total Brasil: 1,1% colhido. Na BA e MT, uma parcela maior da área começa a ficar pronta para ser colhida. - Preços - Consulte tabela abaixo ⬇ Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, programa da Abrapa. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com
Câmara Setorial de Insumos Agropecuários discute desafios do setor em 2022
03 de Junho de 2022Os integrantes da Câmara Setorial de Insumos Agropecuários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) manifestaram preocupação com o atraso na liberação de cargas importadas e de produtos de exportação. Desde o fim do ano passado, os auditores da Receita Federal fazem uma operação-padrão. Isso significa que a checagem da documentação e da carga é feita numa quantidade de produtos maior do que a norma. O mesmo procedimento é seguido pelos fiscais do Mapa que também vem cumprindo os prazos regimentais de trabalho. Os resultados das operações-padrão são a demora no desembaraço e liberação de produtos, atrasando os fluxos de fabricação e impactando na linha de produção das indústrias. Ficou acordado pelos integrantes da Câmara, o envio de carta aos órgãos de governo pedindo providências para a solução do impasse. A reunião, coordenada pelo presidente da Câmara Setorial, Arlindo Moura, ocorreu de maneira híbrida e serviu para discutir assuntos como o desempenho e os desafios do segmento de fertilizantes, agroquímicos e sementes. Além disso, os participantes também acompanharam a explanação do diretor de Crédito e Estudos Econômicos do Mapa, Wilson Vaz de Araújo, sobre o Plano Safra 2022/2023, que está em construção e deverá ser anunciado até o final do mês de junho. A expectativa do setor é de que o Plano seja robusto e melhor do que o vigente. Moura ressaltou a importância de o governo garantir recursos ao setor. Outros assuntos, que demandaram a atenção dos integrantes, foram as ações implementadas para mitigar a logística e, consequentemente, o abastecimento de fertilizantes para o Brasil. As ações do governo, por meio do Mapa e do Ministério das Relações Exteriores, com o objetivo de diversificar e abrir novos mercados foram fundamentais para o atendimento da demanda brasileira. Sobre a Câmara: A Câmara Setorial de Insumos Agropecuários foi instalada no dia 21 de julho de 2004, pelo Mapa. Devido à grande transversalidade dos assuntos ligados às cadeias produtivas, o que caracteriza a importância dos insumos em todas elas, o organismo passou, a partir de novembro de 2005, a ser denominada Câmara Temática por decisão unânime de seus membros. Em 30 de maio de 2006, foi oficialmente criada a Câmara Temática de Insumos pela Portaria nº 137.
Abrapa fala sobre produção responsável em palestra para a Denim City
02 de Junho de 2022A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) apresentou os aspectos e resultados da cadeia responsável pelo algodão brasileiro no evento Denim City São Paulo (DCSP), na quinta-feira, 26 de maio. A palestra foi conduzida por Marcio Portocarrero, diretor executivo da Abrapa, que destacou que a instituição sempre perseguiu o modelo de produção responsável, entendendo que a viabilização da produção de algodão brasileiro requer os pilares sociais, ambientais e econômicos. Depois de apresentar a Abrapa, que há 23 anos trabalha na defesa dos interesses dos produtores de algodão de forma organizada e profissionalizada, Marcio explicou as conquistas ao longo dos anos, que se iniciou em 2004, com a criação do Sistema Abrapa de Identificação (SAI), a rastreabilidade completa do algodão, da origem de sua produção e beneficiamento, e que todas iniciativas de rastreabilidade, responsabilidade, qualidade e promoção sempre levaram em conta a voz da indústria e do consumidor, entendendo o que era tendência das marcas e do mundo da moda. "Ouvindo o mercado, percebemos que tínhamos que certificar a produção sobre o aspecto ambiental, questões trabalhistas e econômicas, trazendo certificadoras reconhecidas para validarem a conduta dos produtores. Pensando nisso, desenvolvemos o protocolo ABR (Algodão Brasileio Responsável), e, depois, ficamos sabendo da BCI (Better Cotton Initiative). Atraímos a iniciativa para o Brasil e fizemos uma parceria", explica o Portocarrero. De acordo com ele, no Brasil, o produtor que é certificado ABR, pode ser automaticamente licenciado como Better Cotton. Na busca de qualidade, a Abrapa buscou se espelhar no que os seus principais concorrentes faziam, de forma a garantir competitividade num cenário de comércio global. O Algodão Brasileiro Responsável "O programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) é uma certificação brasileira, gerenciada nacionalmente pela Abrapa e conduzida no campo pelas oito associações estaduais participantes. É específica para a cultura do algodão e tem como base três pilares: social, ambiental e econômico. Os itens do protocolo abrangem os principais requisitos da legislação brasileira", explica o diretor executivo da Abrapa. De acordo com ele, trata-se de um protocolo de certificação com 183 itens, que inclui 100% da lei trabalhista, 100% da NR31 (instruções normativas do Ministério do Trabalho), normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Legislação Ambiental, Código Florestal e boas práticas agrícolas. O programa ABR inclui 100% dos Critérios Mínimos de Produção da Better Cotton Initiative (BCI), que é uma entidade sediada em Genebra, na Suíça, e que promove a produção responsável de algodão em 23 países do mundo, tendo as principais marcas e varejistas globais como associadas. "Algumas marcas que parceiras da BCI são: American Eagle, GAP, Levi's, Calvin Klein, Nike e Adidas", comenta Portocarrero. O trabalho consistente e a evolução da Abrapa levaram a cotonicultura brasileira a um novo patamar. Na última safra, o País produziu 1,96 milhões de toneladas de pluma, sendo 84% certificada pelo programa ABR e licenciada BCI. Com esses números, o Brasil se torna o 1º maior fornecedor de algodão responsável, o 2º maior exportador e o 4º maior produtor global da fibra. Durante a palestra, o diretor da Abrapa explicou que todas as fazendas certificadas são registradas no Cadastro Ambiental Rural do Ministério do Meio Ambiente, que é responsável pelos mapeamentos e conferência das documentações ligadas à questão ambiental. Outro ponto apresentado revela que cerca de 92% da produção cresce em regime de sequeiro, ou seja, não requer irrigação, e que os produtores realizam análises da qualidade da água e do solo, garantindo controle sobre os efeitos da cultura. Um dos pontos destacados é a proteção de nascentes e as boas práticas no armazenamento da água e na prevenção a erosão e enxurradas. Além disso, outras ações positivas são adotadas no campo, como a rotação de culturas agrícolas, o plantio direto, que ajuda a enriquecer o solo a partir do aproveitamento da matéria orgânica dos restos culturais de outras lavouras, e o incentivo à adoção do Manejo Integrado de Pragas, com utilização crescente de controle biológico, em substituição ao uso de produtos químicos. "Todo ano, colocamos mais desafios para o produtor melhorar sua forma de produzir o algodão. A cada safra, a fazenda tem que melhorar (o percentual de alcance de metas do programa ABR) e nós desafiamos (esse produtor) para o conceito de responsabilidade não ser estanque", diz Portocarrero. O Movimento Sou de algodão O diretor explicou que a iniciativa da Abrapa busca promover o algodão no mercado interno, principalmente, para recuperar o mercado que foi perdido para o sintético. Ele revelou que foi realizada uma pesquisa apontando que o consumidor estava perdendo a consciência do valor do algodão, como fibra natural para a moda e isso deveria ser resgatado. Dessa forma, foi criado um movimento único no Brasil, que une todos os agentes da cadeia produtiva do algodão, como produtores, associações estaduais, instituições ligadas ao agro, e da indústria têxtil e de moda, como estilistas, jornalistas, universidades, marcas e influenciadores, dialogando com cada público e stakeholder, promovendo a moda responsável e o consumo consciente. Assim, em 2016, o movimento Sou de Algodão foi criado e, em 2017, passou a convidar marcas a se tornarem parceiras. "Ao longo dos últimos cinco anos, partimos de 10 marcas a mais de 950 empresas, envolvendo desde pequenos empreendedores até grandes varejistas e estilistas. Marcas como João Pimenta, Farm, Ginger, Malwee, Pernambucanas, Covolan e Dalila Têxtil fazem parte do movimento", reforça o Portocarrero. Programa SouABR e QR Code Recentemente, o Movimento Sou de Algodão aperfeiçoou o processo e trouxe o algodão certificado até a etiqueta da roupa por meio de um programa que permite rastrear a cadeia, da semente até o guarda-roupa. O programa de rastreabilidade nasceu sob as demandas crescentes do consumidor por mais transparência nos processos de compra, venda e consumo. A proposta é oferecer ao público uma espécie de "raio-x" da peça que ele está adquirindo, comunicando os passos que ela percorreu até chegar às suas mãos. Tudo isso, baseado na tecnologia Blockchain, que funciona como um banco seguro de informações organizadas em blocos e que impede alterações. O objetivo é estimular o consumidor a fazer escolhas mais conscientes, demonstrando que o algodão presente naquela peça de roupa tem certificação socioambiental pelo programa ABR. "Começamos com a Reserva, que lançou camisetas masculinas, em outubro de 2021, e a Renner, que acaba de lançar uma coleção de calças jeans femininas. Em 2023, iremos abrir o programa para as marcas que estão na fila se habilitarem", finaliza Marcio.
Missão empresarial do algodão visita a Ásia
01 de Junho de 2022A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) levará uma delegação à Ásia para promover o algodão brasileiro. A missão visitará compradores atuais e clientes potenciais no continente em razão da tendência de aumento da produção da pluma no Brasil. Durante dez dias o grupo, formado por cotonicultores, exportadores da fibra, membros do conselho de administração da Abrapa e representantes das associadas, passará por Indonésia, Tailândia e Bangladesh, países que são compradores do algodão brasileiro. Juntos, eles representam 21% do total embarcado para a Ásia na safra 2020\2021, cerca de 498,5 mil toneladas da fibra. Já no acumulado das exportações da safra 2021/2022 (ago/21 a abril/22), esses destinos mantêm o percentual de vendas externas e somam 313 mil toneladas de algodão brasileiro. A viagem inicia no sábado, dia 4, e se estenderá até o dia 14. Bangladesh foi o quinto maior comprador de algodão brasileiro, na safra 2021\2022, somando 165,9 mil toneladas. Comparativamente à safra anterior, de 2020\2021, houve um recuo de 270,03 mil toneladas para os atuais 165,9 mil ton. Desse modo, merece destaque o dado que mostra Bangladesh com potencial de compra de algodão do Brasil. O país é o segundo maior importador da fibra no mundo, no entanto, apenas 14% vieram do Brasil. O cenário da Indonésia já é bem diferente. O país é o sexto maior destino da pluma brasileira no mundo, responsável pela importação de 133,2 mil toneladas de algodão brasileiro, na atual safra. Os números apontam que o país também tem mercado para a fibra brasileira, com possibilidade de crescimento das importações, uma vez que não há produção doméstica. O consumo do país soma 503 mil toneladas. Na safra 2020\2021, a Indonésia comprou do Brasil 207 mil toneladas de algodão, portanto, a participação do Brasil é de mais de 40% no país. Nono maior destino da fibra brasileira, a Tailândia importou 13,7 mil toneladas de algodão do Brasil, na safra 2021\2022. Comparativamente à safra 2020\2021, foram 7,73 mil toneladas a menos. Conjuntura que também mostra potencial de crescimento das vendas brasileiras de algodão. "Traçamos uma agenda de prioridades que envolverá encontros com representantes da indústria têxtil dos países, além de visitas técnicas em indústrias locais. É uma maneira de promovermos e ampliarmos o mercado da fibra brasileira", destaca o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato. Os três países foram escolhidos porque estão entre os nove maiores mercados de algodão do mundo. Segundo Busato, o setor algodoeiro quer conhecer e entender as demandas dos clientes, avaliar potencial de crescimento na região, além de construir relações. "Vamos apresentar os principais avanços do algodão no Brasil e mostrar o que está por vir. Queremos relações duradouras com nossos potenciais clientes", afirma. Com um consumo doméstico de aproximadamente 740 mil toneladas ao ano, o Brasil é o segundo maior exportador da pluma. No último ano comercial, o País representa 23% de todas as exportações globais de algodão. Saiba mais sobre as missões: A Missão Vendedores é uma iniciativa tradicional da Abrapa, desenvolvida para ampliar a participação do algodão brasileiro no mercado global. A iniciativa é realizada em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Associação Nacional de Exportadores de Algodão (Anea).
Clube da Fibra reúne o setor para discutir desafios e o futuro da cadeia algodoeira
30 de Maio de 2022Perspectivas econômicas do Brasil, desafios e o futuro da cotonicultura foram os temas abordados pelo segmento durante o 25º Clube da Fibra, que se realizou entre os dias 25 e 27 de maio, em São Paulo. O evento é uma promoção da FMC Agricultural Solutions, com apoio da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que esteve presente em três painéis: Contexto Global do Algodão e suas exigências para o futuro, a Força do Agro – Grandes Projetos e a Desafios e Perspectivas do algodão no mundo. Cotonicultores e especialistas brasileiros acompanharam os debates sobre a cadeia. O presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, discorreu sobre o cenário da cotonicultura brasileira e o trabalho desenvolvido com base em quatro pilares: rastreabilidade, sustentabilidade, qualidade e promoção. Mostrou dados referentes à safra 2020\2021 em que 84% da produção da fibra foi certificada. Destacou que, no Brasil, o produtor é certificado ABR (Algodão Brasileiro Responsável) para ter a licença Better Cotton Initiative (BCI), devido à legislação ser mais severa. Para ter uma ideia, a lista brasileira tem 183 itens, enquanto a BCI trabalha com 51 quesitos. Cerca 38% do algodão Better Cotton que circula no mundo vem de fazendas do Brasil. Ao abordar a qualidade do produto nacional, Busato destacou o trabalho desenvolvido pela Abrapa, conjuntamente com as associadas e os produtores, e o que envolve o programa de Qualidade no seu cotidiano: Programa Algodão CBRA de Checagem, Programa Algodão de Reteste, Programa Algodão Brasileiro de Verificação Interna, Programa Interlaboratorial Brasileiro, Certificação ICA Bremen, creditação pela norma NBR ISO/IEC 17025, além de treinamento para os laboratórios participantes. Atualmente, são 12 laboratórios em rede. Sou de Algodão e Cotton Brazil As ações de promoção da fibra brasileira no mercado interno, por meio do Sou de Algodão, e externo, através do Cotton Brazil são a menina dos olhos da associação e o presidente mostrou em números o que isso significa para referendar o algodão e a sua qualidade. "Somos quase 1000 marcas parceiras; mais de 30 milhões de peças já foram etiquetadas com tags do Sou de Algodão; temos mais de 40 estilistas engajados no movimento e temos presença constante na em eventos de moda", destacou. No mercado externo, com Cotton Brazil, o cenário é igualmente positivo, com rodadas sobre o algodão nos nove países-alvo, parceria com Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), com os ministérios da Agricultura e Pecuária (Mapa), Relações Exteriores (MRE) e com a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), participação em eventos presenciais na China, assinatura de memorandos de entendimento com entidades internacionais, realização de missão vendedores junto a clientes da Turquia, e Paquistão, Indonésia, Tailândia e Bangladesh, entre outras atividades de marketing. Rastreabilidade "Temos muito para mostrar. Evoluímos e estamos avançando ainda mais em ações que deem credibilidade à fibra brasileira. Hoje entregamos rastreabilidade completa: fardo, algodoeira, produtor, fazenda, certificação, laboratório de HVI e qualidade. E, em junho, a Abrapa entregará ao mercado o aplicativo Abrapa – rastreabilidade", antecipou Busato. Por meio do aplicativo, o cliente nacional ou internacional, usando o mobile, poderá consultar a rastreabilidade por fardo ou solicitar ao produtor que libere a consulta por lote. De forma simples, rápida e transparente. Desde 2021, em projeto-piloto, em parceria com a Reserva e a Renner, o setor passou a entregar a rastreabilidade completa do algodão ABR – da fazenda ao varejista. A meta, segundo a Abrapa é estender o projeto para toda a cadeia têxtil brasileira, em 2023. Ao encerrar a explanação, Busato convocou o setor a seguir unido e trabalhando. "É muito importante a participação dos produtores na união das estaduais para alcançarmos o objetivo e chegarmos ao topo da produção mundial de algodão. Visitei as nove associadas e constatei o que já sabíamos: temos clima, terra, tecnologia, vontade de crescer, mas principalmente, temos pessoas e famílias com essa visão. Todos juntos, trabalhando na mesma direção e melhorando a cada dia, alcançaremos a meta de maiores produtores de algodão", destacou. O algodão no mundo e o espaço para o Brasil crescer O diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte, apresentou dados do algodão no mundo, o cenário brasileiro e as perspectivas futuras. Destacou o crescimento de 1,7% ao ano, entre safras de 11/12 a 21/22. Segundo OECD/FAO e Texas Tech/USDA numa projeção futura considerando 21\22 a 31\32, o aumento será de 1,4% ao ano, o equivalente a 4 milhões de toneladas a mais em relação à safra 21/22. No período, o consumo também terá incremento de 26,6 milhões de toneladas para 30,6 milhões e os países com maior crescimento devem ser Vietnã e Bangladesh. Hoje, o movimento do comércio internacional da fibra aponta importações lideradas por China (23%), Bangladesh (18%), Vietnã (16%), Paquistão (11%), Turquia (11%) e Indonésia (8%). Por outro lado, as exportações são lideradas por Estados Unidos (33%), Brasil (17%), África (11%), Índia (12%) e Austrália (8%). A projeção para safra 31\32 mostra o Brasil dobrando as exportações e chegando a 27%. No mesmo período, as importações mundiais também devem crescer e o Brasil, segundo Duarte, tem potencial para conquistar mercados e elevar a qualidade do produto nacional. Força do Agro – Grandes Projetos No painel, a assessora da presidência da Abrapa, Silmara Ferraresi, trouxe as principais ações da cotonicultura brasileira implementadas pela associação. Destaque para o Sou de Algodão, que tem mais de 1.000 marcas parceiras e 30 milhões de peças etiquetadas com a tags do Sou de Algodão. O Cotton Brasil, ação voltada para o mercado externo, e de apoio a missões junto aos países compradores da fibra, entre outras atividades de marketing. Silmara também discorreu sobre os programas ABR e ABR-UBA, voltados para a proteção dos direitos e bem-estar do trabalhador, e de rastreabilidade, verificação que pode ser feita por meio do acesso ao QR Code fixado no fardo, possibilitando a obtenção de informações sobre o produto, desde certificações, qualidade, fazenda, produtor. Saiba mais: O Clube da Fibra é uma referência como fórum de debate para o setor. É um espaço de discussão importante para a cadeia em busca de oportunidades para o agronegócio brasileiro.