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GT de Sustentabilidade da Abrapa discute melhorias no Programa Algodão Brasileiro (ABR) para safra 2024/2025
10 de Novembro de 2023Com foco no alinhamento das práticas socioambientais adotadas pelos produtores de algodão no Brasil ao novo contexto internacional, integrantes do Grupo de Trabalho (GT) de Sustentabilidade da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) concluíram, no dia 8 de novembro, após dois dias consecutivos de reuniões, em Brasília, a discussão do planejamento estratégico de melhorias para o Programa Algodão Brasileiro (ABR), que deverá ser implementado na safra 2024/2025. A proposta inclui itens e compromissos inéditos, como aperfeiçoamentos na governança e a adoção de novos temas estratégicos, entre eles a inclusão de comitês de gênero, o uso de pesticidas nas lavouras de algodão, a utilização racional da água, o estabelecimento dos objetivos de melhoria contínua de sustentabilidade, estratégias de adaptação e mitigação de mudanças climáticas, além da adoção de indicadores-chave do desempenho (KPI’s) para monitoramento dos avanços. De acordo com o Fábio Carneiro, gestor de sustentabilidade da Abrapa, o objetivo é fortalecer o programa em um contexto internacional e dar visibilidade às práticas e ações realizadas pelos produtores de algodão brasileiros, enquanto ocorre a revisão do protocolo de auditoria em conformidade com o benchmarking da Better Cotton, o BCI. “Fizemos também a proposta de criação do comitê ESG (Ambiental, Social e Governança) da Abrapa visando fortalecer a governança do ABR e da entidade para impulsionar práticas cada vez mais responsáveis e transparentes na produção de algodão no país”, explica. O ABR opera em benchmarking com a certificação mundial Better Cotton. Cada produtor certificado pelo ABR pode optar pelo licenciamento Better Cotton. Com isso, o Brasil permanece como maior fornecedor de algodão licenciado pela entidade. Atualmente, 82% da produção brasileira possui certificação socioambiental ABR, o que corresponde a 37% de todo o algodão que é licenciado pela Better Cotton no mundo. Outro assunto relevante abordado durante as reuniões foi a atualização do protocolo de auditorias com vistas para a safra 2024/2025. O grupo de trabalho elaborou também uma nova proposta de Lista de Diagnóstico da Propriedade (VDP), Planos de correções de não conformidades (PCNC) e Lista de Verificação para Certificação da Propriedade (VCP), que deverá começar a ser implementado nas associadas já em 2024. Esta revisão busca elevar o protagonismo do programa ABR ao novo contexto internacional. Além do Programa Algodão Brasileiro (ABR), o protocolo conta com suas derivações ABR para as Unidades de Beneficiamento de Algodão (UBA) e para Terminais Retroportuários de Algodão (LOG) que também será atualizado. Banco de dados O diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, enfatiza que o trabalho dos quatro pilares de atuação da entidade impulsionou o algodão brasileiro para um novo patamar. Programas como o SouABR, que mapeia a cadeia de fornecedores e leva sustentabilidade à mão do consumidor, por meio de um QRCode, rastreando o algodão responsável desde a fazenda até chegar no lote final daquela peça que está sendo comprada, tem chamado a atenção de outras cadeias produtivas, indústrias, consumidores e do governo federal. Portocarrero destaca a organização, certificação e rastreabilidade da cadeia do algodão, e ressalta que há espaço para aprimoramento contínuo. “Temos iniciativas e programas muito sólidos e o consumidor final precisa saber disso”, diz. Essa estratégia fortalece a confiança de quem consome o produto final, oferecendo transparência sobre a origem e a qualidade do algodão, e abre portas para uma maior conscientização sobre as práticas sustentáveis da cotonicultura brasileira. 09.11.2023 Imprensa Abrapa Catarina Guedes – Assessora de Imprensa (71) 98881-8064 Monise Centurion – Jornalista Assistente (17) 99611-8019
ALGODÃO PELO MUNDO #44/2023 10/11
10 de Novembro de 2023Destaque da Semana - Semana de perdas no mercado de algodão, com o mercado reagindo somente nesta quinta, apesar do relatório mensal do USDA que trouxe dados levemente baixistas, mas com um robusto relatório semanal de vendas ao exterior. Algodão em NY - O contrato Dez/23 fechou nesta quinta 09/11 cotado a &76,52 U$c/lp* (-3,9% na semana). O contrato Jul/24 fechou 80,83 U$c/lp (-3,4% na semana) e o Dez/24 a 76,92 (-2,5% na semana). Basis Ásia - O Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 950 pts para embarque Out/Nov 23 (Middling 1-1/8" (31-3-36), fonte Cotlook 09/nov/23). Baixistas 1 - As preocupações com a economia global e, consequentemente, com a demanda continuam em foco. Assim como algodão, os preços do petróleo esta semana atingiram os menores patamares desde junho/julho. Baixistas 2 - O USDA ontem aumentou a produção mundial em 186 mil tons, para 24,70 milhões. O consumo industrial foi reduzido em 105 mil tons, para 25,10 milhões. Baixistas 3 - Os estoques finais mundiais aumentam em 343 mil toneladas, para 17,74 milhões. A relação global de estoque/uso subiu para 71% (69% estimativa do mês passado e 75% safra passada). Altistas 1 - O USDA ainda aumentou a estimativa de importações chinesas para este ano (23/24) em 109 mil toneladas (para 2,29 milhões de tons), mas sem alterar o consumo (8,17 milhões de tons), o que indica que o aumento é para recompor as reservas estatais. Altistas 2 - As vendas semanais de exportação dos EUA foram altas novamente esta semana, com 427 mil fardos (480 lb), com a China respondendo por 66%, seguida pelo Vietnã com 13%. ITMF 1 - A Abrapa participou da Conferência Anual da Federação Internacional da Indústria Têxtil (ITMF), na China. O tema central foi a digitalização e a circularidade na cadeia têxtil, duas das maiores tendências no setor. ITMF 2 - Usando cada vez mais dados e soluções digitais, marcas, varejistas, indústrias, confecções e fornecedores de matérias-primas estão se digitalizando para reduzir custos e riscos, aumentar transparência, implantar rastreabilidade e atender novas demandas legais e dos consumidores. ITMF 3 - Seguindo as novas diretrizes da União Europeia, o termo circularidade no setor têxtil visa reduzir o desperdício e prolongar a vida útil do produto. Ao contrário do modelo linear, enfatiza um sistema de circuito fechado, projetando produtos duráveis e promovendo a reciclagem. Atualmente, entretanto, somente 1% das roupas são recicladas. ITMF 4 - Apesar da situação difícil atualmente enfrentada pelo setor globalmente, a perspectiva é de aumento de demanda por fibras têxteis em 27 milhões de toneladas nos próximos oito anos. ITMF 5 - Entretanto, na visão de consultores e empresários presentes no evento, a maioria desta nova demanda será atendida através de fibras sintéticas e celulósicas, uma vez que a produção global de algodão está estagnada. ITMF 6 - Fibras sintéticas, como poliéster e nylon, são ambientalmente prejudiciais em comparação com as fibras naturais devido à sua natureza não biodegradável e dependência de produtos petroquímicos. As fibras naturais, como o algodão, tem condições de virar este jogo com um trabalho estratégico de longo prazo. ITMF 7 - Algumas desvantagens do algodão em relação às fibras sintéticas foram elencadas em: 1) preço, 2) produção estagnada no mundo, 3) pouca compreensão de suas vantagens ao ambiente/sustentabilidade, 4) visão que sua produção compete com alimentos. China 1 - Esta semana, o volume oferecido em leilões diários de algodão na China foi reduzido para cerca de 12 mil toneladas. China 2 - No leilão de hoje (10/11) foram vendidas de 3.272 toneladas (27,3% do ofertado). Desde 31/7, os leilões da Reserva da China venderam 868.996 toneladas de algodão. Colheita - A colheita avança no hemisfério Norte. Na China já ultrapassou 60% (Xinjiang), enquanto nos EUA, 57% do algodão foi colhido até 5/11. Qualidade 1 - O grupo de gerentes de laboratórios brasileiros de classificação de algodão e representantes do MAPA e Embrapa esteve nos Estados Unidos na última semana para uma conhecer a classificação e beneficiamento do algodão no país. Qualidade 2 - O grupo visitou o USDA, onde os representantes acompanharam o passo a passo do programa de certificação de qualidade de análise de algodão americano pela entidade governamental. Qualidade 3 - Também a sede da empresa Uster Technologies, líder global em equipamentos High Volume Instrument (HVI), considerados o padrão ouro na análise de algodão. Qualidade 4 - A viagem teve como um dos principais objetivos, estabelecer referências para o Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro, a certificação oficial da qualidade do algodão Brasileiro, que teve início na safra 2022/2023 pelo MAPA, após cerca de dois anos de trabalho no seu desenvolvimento. Agenda - Estão abertas as inscrições para a 1ª turma da Brazilian Cotton School, que abordará todas as etapas envolvidas na cadeia da fibra natural. O curso será presencial e ocorrerá em Brasília e São Paulo de 4 a 22 de março. Realização da Abrapa, Anea, Abit e BBM. Inscrições no www.braziliancottonschool.com.br. Safra 2022/23 - Na publicação do boletim de safra, divulgado em 09/nov, a Conab manteve a estimativa de produção da safra recém colhida de algodão em 3,17 milhões de toneladas de pluma (alta de 24% com relação à safra 2021/22). A estimativa é mais conservadora que a projeção da Abrapa (3,23 milhões de toneladas). Safra 2023/24 1 - Para a nova safra, a área plantada com algodão é estimada pela CONAB em 1,733 milhão de hectares, alta de 4,2% em relação à safra 2022/23. A projeção subiu 21,3 mil hectares com relação a 1ª estimativa da safra 2023/24 divulgada em outubro. Safra 2023/24 2 - A produção foi atualizada pela Conab para 3,04 milhões de toneladas, alta de 37,5 mil toneladas com relação a estimativa do mês passado e representa uma queda de 4,1% com relação da produção da safra 2022/23. Exportações - Não foram divulgados dados de exportações brasileiras essa semana. Beneficiamento 2022/23 - Até o dia 10/11 foram beneficiados :BA (94%), GO (99%), MA (75%), MG (93%), MS (96%); PR (100%), SP (100%), MT (75%), PI (78%) Total Brasil : 80% beneficiado. Preços - Consulte tabela abaixo ⬇ Quadro de cotações para 09-11 Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, programa da Abrapa. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com
Camisetas SouABR encantam público de fórum internacional e promovem o algodão brasileiro
08 de Novembro de 2023Nos últimos dias 07 e 08 de novembro, o público que participou do Brazil Investment Forum (BIF) 2023, no Palácio do Itamaraty, em Brasília, pôde conhecer, na palma da mão, com o celular, o passo a passo do processo produtivo de uma camiseta de algodão totalmente rastreável, desde a semente até o guarda-roupa. As peças são o resultado da iniciativa SouABR, empreendida pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), e foram distribuídas como uma ativação do Cotton Brazil, programa liderado pela Abrapa e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), com apoio da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), tendo como propósito promover o algodão brasileiro no mercado internacional. O BIF está na sexta edição e reuniu em torno de 500 participantes este ano, em dois dias. O evento é assinado pela ApexBrasil e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com participação maciça dos ministérios e outros órgãos governamentais. Sua premissa é apresentar as oportunidades e diferenciais do Brasil nas mais diversas áreas de investimento. Em 2023, o presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, abriu a programação. Diversos ministros estavam presentes, dentre eles, o da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, além do presidente da ApexBrasil, Jorge Viana. A Abrapa teve um estande no fórum, onde as camisetas foram distribuídas e o público checava online a rastreabilidade total da peça, sendo possível ver até mesmo fotos das famílias envolvidas na produção da fibra. O SouABR nasceu em 2021, somando os princípios de importantes programas da Abrapa, o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), certificação socioambiental do algodão nacional, e o movimento Sou de Algodão, que promove a moda responsável no Brasil. A esses foi agregada a rastreabilidade – amparada pelo Sistema Abrapa de Identificação (SAI) –, com o suporte da tecnologia blockchain, até aquele momento, inédita na indústria têxtil. Inicialmente, em parceria com grandes varejistas do país, como a Reserva, a Renner e a C&A, o SouABR produziu coleções 100% rastreáveis. “Estar presente em um grande fórum como o BIF tem tudo a ver com o que fazemos no Cotton Brazil: mostrar o nosso algodão para o mundo. O evento teve presença de delegações estrangeiras e de representantes de diversas empresas globais, fundos de investimento, dentre outros. Na cotonicultura, nosso país tem muito a mostrar, seja como o grande player que se tornou, em volume e qualidade, como pelo seu modelo moderno, altamente produtivo e, acima de tudo, sustentável de cultivar a fibra”, pontuou o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel. Este ano, a agenda do fórum trouxe temas como ESG, produtividade, sustentabilidade, transição energética, economia verde, além de uma apresentação detalhada do “novo PAC”, programa de investimentos coordenado pelo governo federal em parceria com o setor privado que deve investir, ao todo R$1,7 trilhão nos estados e municípios brasileiros, para acelerar o crescimento econômico e a inclusão social no país. 08.11.2023 Imprensa Abrapa Catarina Guedes – Assessora de Imprensa (71) 9 8881-8064 Monise Centurion – Jornalista Assistente (17) 99611-8019
Jeans ganha tributo na 56ª edição da SPFW com o movimento “Sou de Algodão”
08 de Novembro de 2023Caroline Ferreira colaboração para a CNN Para a 56ª edição da São Paulo Fashion Week, que teve início nesta quarta-feira (8), o movimento “Sou de Algodão” prepara um tributo em homenagem ao jeans, peça icônica que completa 150 anos de história em 2023. Na passarela, um coletivo de grandes nomes da moda brasileira assina o desfile, com produção e direção criativa de Paulo Borges, criador e diretor da SPFW, styling por Paulo Martinez e beleza sob o comando de Ricardo dos Anjos. Para a homenagem, marcada para quinta-feira (9), às 17h30, no Komplexo Tempo, em São Paulo, Amapô, David Lee, Dendezeiro, Heloísa Faria, Korshi 01, Martins, Ronaldo Silvestre, Thear e Weider Silveiro – grandes estilistas parceiros do movimento – se reuniram na produção de 40 looks exclusivos. Inclusive, as criações que levam assinatura da marca baiana Dendezeiro, são rastreadas pelo programa “SouABR”, que permite conhecer toda sua trajetória, desde a origem da fibra, com certificação ABR (Algodão Brasileiro Responsável), até o varejo. Vale citar ainda que a ação contou o apoio de 19 empresas têxteis, entre tecelagens, fiações, malharias e confecções, e oito artesãos. Jeans é sinônimo de identidade Segundo a marca, a escolha do tema do desfile foi baseada em duas razões fundamentais. Primeiro, o algodão ser matéria-prima imprescindível para a fabricação do jeans, uma vez que a fibra é a principal composição do denim, o tecido do qual é feito. Além disso, o jeans, por si só, tem destaque na moda brasileira, se estabelecendo, inclusive, como item fundamental nos armários. No país, a história teve pontapé inicial no começa no século XXI, quando o denim passa a ser importado como um tecido resistente e funcional para roupas de trabalho. No entanto, foi a partir da década de 1950 que ganhou popularidade entre os mais diversos públicos. Inicialmente associado a uma estética mais rebelde e jovem, o jeans logo transcendeu as barreiras socioeconômicas, tornando-se um símbolo de versatilidade e estilo atemporal. Da classe trabalhadora à elite, refletiu a adaptação e a fusão de culturas e de diferentes estilos de vida. O Movimento Sou de Algodão O movimento, que nasceu em 2016, surge com a necessidade de despertar a consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável. Para isso, a iniciativa une e valoriza os profissionais da cadeia produtiva e têxtil, dialogando com o consumidor final com ações, conteúdo e parcerias com marcas e empresas. Outro propósito é informar e democratizar o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que segue rigorosos critérios ambientais, sociais e econômicos e certifica 82% de toda a produção nacional de algodão. Acesso em: Jeans ganha tributo na 56ª edição da SPFW com o movimento “Sou de Algodão“ | CNN Brasil
Na China, Cotton Brazil participa de debate sobre demanda de fibras para o mundo
08 de Novembro de 2023A Conferência Anual da Federação Internacional de Fabricantes de Têxteis (ITMF) de 2023, realizada de 4 a 6 de novembro de 2023, em Keqiao, China, contou com a participação do diretor de Relações Internacionais da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Marcelo Duarte. O tema central foi a digitalização e a circularidade na cadeia têxtil. O evento enfatizou a importância de integrar a inovação com o respeito ao meio ambiente, mostrando como a cooperação internacional pode impulsionar a indústria em conformidade com os objetivos globais de sustentabilidade. A Abrapa, por meio do Cotton Brazil, marca do algodão brasileiro no mundo, reforça a qualidade do algodão produzido no País, assim como a rastreabilidade e a confiabilidade de produção para a entrega aos clientes. “O consumo de fibras continua crescendo, e a perspectiva é de aumento de demanda de 27 milhões de toneladas em oito anos. Porém, há muita discussão sobre a oferta vir de fibras sintéticas. Se o foco está num futuro mais sustentável, então o Cotton Brazil pode ser fundamental para ampliarmos a oferta de um produto mais responsável que os tecidos sintéticos.”, afirmou Marcelo Duarte. *Cotton Brazil*. Desde o início do programa em 2019, a marca Cotton Brazil representa a cadeia produtiva do algodão brasileiro em escala global, priorizando ações e eventos em dez países: China, Vietnã, Paquistão, Bangladesh, Coreia do Sul, Indonésia, Índia, Tailândia, Turquia e Egito.
Ampliação de mercado para algodão brasileiro em pauta na Índia
08 de Novembro de 2023Cotonicultores brasileiros iniciaram conversa com governo e entidades indianas para instituírem uma cota de importação para o algodão do Brasil isento do pagamento da tarifa de 11% atualmente vigente na Índia. A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) fez parte da comitiva do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) ao país, na última semana. A Índia está entre os dez países prioritários para o algodão brasileiro no programa Cotton Brazil, marca de promoção do algodão no mundo, uma iniciativa da Abrapa com apoio da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). O ministro Carlos Fávaro avaliou positivamente a missão à Índia. “Tratamos de cotas de importação para aves, suínos, algodão e frutas e tivemos bons encaminhamentos”, afirmou. O vice-presidente da Abrapa, Celestino Zanella, e o diretor de Relações Internacionais, Marcelo Duarte, estiveram com a secretária-geral da Confederation of Indian Textile Industry (CITI), Chandrima Chatterjee, para explicitar o pleito, além de solicitarem apoio para promover o algodão brasileiro no país. As entidades são parceiras desde 2021, quando foi assinado um Memorando de Entendimento entre CITI, Abrapa e Anea via Cotton Brazil. Uma reunião entre o ministério do Comércio da Índia, com a participação do ministro Fávaro, o presidente da Apex-Brasil, Jorge Viana, e o embaixador do Brasil na Índia, Kenneth Nóbrega, foi realizada para reforçar o pedido de zerar a cota de importação. De acordo com Marcelo Duarte, as autoridades indianas estão preocupadas com a oferta doméstica de algodão no país. “Mesmo sendo o maior produtor mundial, a Índia precisa ampliar a disponibilidade de pluma para atender sua indústria têxtil, e o algodão brasileiro pode complementar os estoques domésticos. Por isso, reforçamos as informações sobre a qualidade do nosso produto e a confiabilidade na entrega para os clientes indianos”, ressaltou. Com uma menor área plantada, devido a condições climáticas desfavoráveis, a produção de algodão na Índia em 2023/24 tem previsão de cair 7,5%. Se essa quebra de safra se confirmar, as importações podem mais que dobrar em relação ao ciclo anterior. Estimativas indicam a necessidade de aquisição de 500 mil toneladas de algodão em 2023/24. Para Zanella, vice-presidente da Abrapa, a missão foi importante para conhecer e entender ainda mais sobre a produção do algodão indiano e as demandas dos clientes. “A Índia é um país que está crescendo muito em número de habitantes e, consequentemente, é importante trabalharmos com eles. A produtividade do algodão indiano ainda é baixa, por isso podemos oferecer o algodão brasileiro com qualidade, certificado e com confiabilidade na entrega”, disse. *Cotton Brazil*. Desde o início do programa em 2019, a marca Cotton Brazil representa a cadeia produtiva do algodão brasileiro em escala global, priorizando ações e eventos em dez países: China, Vietnã, Paquistão, Bangladesh, Coreia do Sul, Indonésia, Índia, Tailândia, Turquia e Egito.
Rastreio na cadeia têxtil garante sustentabilidade da semente do algodão ao guarda-roupas
07 de Novembro de 2023Mariza Louven O principal desafio da descarbonização da produção do algodão é a redução do uso de fertilizantes nitrogenados na etapa agrícola, afirma o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), Alexandre Schenkel. No entanto, os mercados exigem, cada vez mais, que a redução da pegada de carbono ocorra em todas as fases da cadeia produtiva, tornando a rastreabilidade uma peça-chave da moda sustentável e de baixo carbono. Não basta ser o maior produtor mundial de algodão sustentável. É preciso comprovar, por meio da certificação da origem, desde a semente usada na agricultura até o guarda-roupas do consumidor, acrescenta Alexandre Schenkel. Segundo ele, a certificação passou a ser fundamental para atender à demanda de clientes cada vez mais exigentes e com visão de responsabilidade socioambiental. Muitos países também já estabeleceram metas de utilização de produtos sustentáveis e rastreáveis, como a União Europeia, a Grã-Bretanha e o Japão. A rastreabilidade e a sustentabilidade andam juntas na indústria têxtil e são estimuladas por iniciativas como a SouABR, implementada pela Abrapa em 2021, em parceria com grandes varejistas do país (Reserva, Renner, C&A etc.). Por meio desse programa, foram produzidas coleções 100% rastreáveis, da semente ao guarda-roupas, informa. Com o uso, até então, inédito da tecnologia blockchain, o SouABR permitiu que o consumidor final pudesse, com o seu celular, ler o QR Code do produto e acompanhar o passo a passo da peça desde a lavoura. Esta iniciativa virou um case de sucesso pioneiro no mundo. Na visão dele, isso prova o compromisso dos cotonicultores brasileiros com a sustentabilidade e a transparência. A Abrapa participa mês que vem do seminário “Agro em código”, em que o case resultante da iniciativa SouBR será apresentado. Cultivo da fibra movimenta US$ 40 bilhões por ano O cultivo da fibra do algodão movimenta cerca de US$ 40 bilhões por ano, segundo a Abrapa. O Brasil é o segundo maior exportador mundial de algodão, atrás apenas dos Estados Unidos. Embora também seja considerado o maior fornecedor global do produto sustentável, precisa provar esta condição para não perder competitividade. A proporção de algodão sustentável em relação ao total é de 82%, segundo a Abrapa, que certifica o produto com o selo Algodão Brasileiro Responsável (ABR). Este programa que opera em benchmark com a Better Cotton (BCI). “O ABR garante que o produto vendido do Brasil está em conformidade com as leis trabalhistas e ambientais brasileiras, além de atestar o uso de boas práticas agronômicas nas lavouras. Mesmo com a segurança de auditorias independentes, a Abrapa segue investindo no programa de certificação ABR, avaliando a adoção de novos indicadores de sustentabilidade para a cadeia, de modo a atender os anseios dos clientes e sociedade”, acrescenta. A estimativa é de que o Brasil alcance 3,23 milhões de toneladas de algodão na safra 2022/23, dos quais 2,4 milhões de toneladas serão exportadas no ano comercial 2023/24. Confirmadas, essas previsões significariam um aumento de quase 26,5% em relação ao ciclo anterior. “Trata-se de um resultado direto da visão de futuro do cotonicultor e das suas associações, bem como de instituições de pesquisa públicas e privadas, além das empresas de desenvolvimento e tecnologia do setor. Desde que foi introduzido e adaptado para o Cerrado, para onde a cultura migrou no fim dos anos 1990, a cotonicultura brasileira vem se desenvolvendo de forma exponencial e este crescimento se dá de forma organizada”. Na etapa agrícola, desafio são os fertilizantes O principal desafio para a descarbonização da produção do algodão está na otimização do uso dos recursos na lavoura, principalmente no que tange ao uso de fertilizantes nitrogenados, responsáveis por mais de 50% das emissões de gases de efeito estufa na fase de produção agrícola. Para isso, segundo ele, seria “importante desenvolver e empregar produtos com menor potencial de perdas por volatilização ou lixiviação. Adicionalmente, continuar avançando no uso da agricultura de precisão, para garantir que este e outros insumos sejam disponibilizados na quantidade e no momento corretos, buscando o máximo aproveitamento pelas plantas.” A Abrapa apoiou a realização de um estudo que identificou 27 práticas agrícolas inteligentes implementadas por produtores brasileiros certificados pelo programa ABR e licenciados pela Better Cotton (BCI) no país, que contribuem para a adaptação e mitigação das mudanças climáticas. Segundo o presidente da Abrapa, a difusão das boas práticas depende de ações de extensão rural, o que já acontece hoje, tendo como vetores as instituições financiadas pelo setor, além de empresas privadas e de órgãos públicos de pesquisa e extensão, como a Embrapa. Isto tem ganhado corpo, com a estruturação de ferramentas de políticas públicas, como os programas de financiamento por linhas de crédito no escopo do Plano ABC, e pode ser impulsionado ainda mais, com o estabelecimento de programas privados que possam recompensar as boas práticas certificadas. O mercado de carbono certamente vai acelerar a adoção dessas práticas. As principais práticas citadas pelo presidente da Abrapa são o plantio direto, a rotação de cultura, as culturas de cobertura, o controle biológico e microbiológico, o gerenciamento de subprodutos e resíduos. São técnicas adotadas por todos os produtores certificados pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), mas em níveis diferentes. “O que temos incentivado, por meio dos institutos de pesquisa, é a qualificação dessas práticas que trazem um efeito positivo para o planeta e contribuem para a melhor produtividade e resiliência da cultura do algodão.” Etapa industrial deve focar a transição energética Em termos globais, a indústria têxtil emite 4,4%, segundo estudo realizado pela McKinsey em 2020. Como o algodão representa menos de um quarto da matéria-prima utilizada pela cadeia produtiva, os produtos de algodão emitem menos de 1% dos gases de efeito estufa do planeta, afirma Schenkel. O cultivo, então, emite ainda menos, diz ele. Representa apenas entre 15% e 20% das emissões da cadeia têxtil. De acordo com ele, se o fertilizante pesa mais na etapa agrícola, a forma mais eficaz de reduzir as emissões de CO2 “depois da porteira” é alterar a fonte de energia atual da indústria para energias renováveis. Compliance da sustentabilidade A certificação e o rastreio são fundamentais para atestar que a cadeia produtiva tem compliance em seus processos. Por ser um selo individual, exigir demonstração e ter auditoria externa, as informações podem ser verificadas a qualquer momento, garantindo sua idoneidade. “Claro que este trabalho tem um custo”, diz ele. Porém, ao obter este status, os produtores têm mais opções de venda e podem receber um prêmio ao vender seu produto. Para o mercado têxtil, o acesso a produtos certificados é cada vez mais importante. Além de atender à demanda de clientes cada vez mais exigentes e com visão de responsabilidade socioambiental, muitos países têm metas que exigem a compra de produtos certificados, como a União Europeia, a Grã-Bretanha e o Japão, que já exigem de suas indústrias a utilização de itens rastreáveis desde a origem e certificados por sistemas reconhecidos. Custo de demonstrar esta captura de CO2 No Brasil, o mercado de créditos de carbono ainda tem pouco potencial para catalisar mudanças na produção agropecuária, comenta. Primeiro, diz ele, porque a capacidade de acumular carbono em clima tropical, versus o custo de demonstrar a captura do CO2 ainda não são recompensadores, para a maioria dos casos. Segundo, diz ele, porque o setor cotonicultor lidera o uso de boas práticas agropecuárias, dificultando a venda de carbono por adicionalidade, que é aquela que remunera pela emissão de carbono evitada pelas boas práticas quando, comparada com o universo regional. No entanto, mesmo não sendo impactada diretamente pela remuneração do carbono, a produção agrícola de algodão vem sendo demandada pela indústria, que, por sua vez, tem sido diretamente cobrada pela sociedade e entidades como os parlamentos europeu, britânico e japonês, que exigem do setor redução de 10%, 15% e 20%, respectivamente, até 2030. “Esta demanda traz perspectivas de um pagamento adicional para o produto ofertado, com o cálculo da pegada de carbono reduzida. De olho neste mercado, alguns grupos brasileiros começaram a investir no levantamento de dados e na rastreabilidade da informação.” No Brasil, especificamente, os representantes do setor entendem que, antes de estabelecer metas, é importante conhecer com precisão os indicadores de emissão de gases de efeito estufa e validar cientificamente o que pode ser mitigado através de boas práticas aplicáveis. Acesso em: Rastreio na cadeia têxtil garante sustentabilidade da semente do algodão ao guarda-roupas - carbonreport.com.br
Comitiva que visitou o USDA e a Uster retorna ao Brasil com conhecimentos renovados
06 de Novembro de 2023Com muita informação e referências “na bagagem”, o grupo de gerentes de laboratórios brasileiros de classificação de algodão e representantes do Ministério da Agricultura e pecuária (Mapa) e da Embrapa, está de volta ao país, após uma semana de imersão profunda na classificação e no beneficiamento da fibra nos Estados Unidos. Um dos pontos altos da viagem, conduzida pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) foi a visita ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em Memphis, no Tennessee, onde acompanharam o passo a passo do programa de certificação de qualidade de análise de algodão americano pela entidade governamental, conhecido no mercado como “greencard”. Outra importante passagem do grupo foi a visita à sede da empresa Uster Technologies, em Knoxville, no mesmo estado. A marca é líder global em equipamentos High Volume Instrument (HVI), considerados o padrão ouro na análise de algodão, e apresentou aos visitantes a evolução da máquina Uster 1000, a Automic, que, além de ganhos em precisão, traz como novidade a automação de uma parte relevante do processo. A viagem teve como um dos principais objetivos, estabelecer referências para o Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro – certificação voluntária/autocontrole – Mapa, a certificação oficial do algodão, que teve início na safra 2022/2023, após cerca de dois anos de trabalho no seu desenvolvimento. Para Raquel Mortari Gimenes, do Mapa, a viagem foi uma oportunidade de identificar os pontos críticos de controle do processo de certificação da qualidade do algodão, tanto do ponto de vista tecnológico quanto operacional. “Ficamos com a certeza de que o governo brasileiro, através do Ministério da Agricultura e Pecuária, está cumprindo a sua missão de promover a competitividade da nossa agricultura”, disse. Segundo o chefe de operações (COO) da Uster Technologies, Peyman Dehkordi, que já conhecia alguns membros da comitiva, foi um privilégio receber os visitantes das instalações da Uster. “Achei o time muito motivado e animado por estar aqui, tendo uma melhor compreensão acerca de como funciona a cadeia de valor do algodão nos Estados Unidos, especialmente, no lado do beneficiamento e na classificação. O trabalho da Uster com o USDA começou há cerca de 35 anos. A delegação brasileira, nesta viagem, viu a classificação automatizada do USDA, em primeira mão. Eles tiveram uma noção do que podemos fazer pelo Brasil, pois a classificação brasileira segue um conceito semelhante”, afirmou. O depoimento foi reforçado pelo gerente de vendas da Uster, Gregory Winiger."Para mim, foi ótimo ter todos vocês aqui, nos Estados Unidos, visitando a Uster. Acredito que todos estavam muito interessados. Espero que também tenha sido muito bom para todos vocês. Obrigado", frisou. Presença maciça Os gerentes de laboratórios que integraram a comitiva, representam 11 dos 12 centros de análise que fazem parte do programa Standard Brazil HVI (SBRHVI), da Abrapa. Em texto conjunto, eles afirmaram que a semana foi intensa, de muito conhecimento técnico e discussões sobre o programa de qualidade americano, assim como sobre temas como melhor performance no índice de fibras curtas, uma demanda do mercado. “Reconhecemos que os Estados Unidos é uma referência de organização e temos muito que aprender, mas o Brasil tem feito o seu dever de casa. Não só aprendemos muito, como estabelecemos um canal de comunicação com a Uster e o USDA, que será muito importante e estratégico para a melhoria do nosso programa de qualidade”, disseram. 06.11.2023 Imprensa Abrapa Catarina Guedes – Assessora de Imprensa (71) 98881-8064 Monise Centurion – Jornalista Assistente (17) 99611-8019