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Abrapa apresenta cenário de oferta e demanda de algodão à indústria têxtil mineira
08 de Abril de 2021

Embora o período de colheita ainda não tenha começado, 63% da safra 2020/2021 de algodão já foram comercializados. O volume de pluma ainda disponível para a indústria têxtil é de 890 mil toneladas. O panorama foi apresentado pelo presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Júlio Cézar Busato, durante plenária virtual do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem no Estado de Minas Gerais (SIFT-MG), nesta quarta-feira (07). A expectativa de produção é de 2,41 milhões de toneladas da pluma, volume 20% inferior à safra 2019/20. O recuo se deve, principalmente, à redução de 17% na área plantada, que ficou em 1,35 milhão de hectares na safra 2020/21.  "Durante o planejamento da safra 2020/21, os preços internacionais do algodão estavam abaixo de 63 cents de dólar/libra-peso. Nosso custo era 60, a decisão mais lógica era não plantar algodão", lembrou Busato, ressaltando que a comercialização antecipada busca travar o custo de produção. "Não podemos ter surpresas lá na frente",  frisou. Segundo ele, a previsão é de redução de 8% na produção mundial de algodão na safra 2020/2021, frente a um crescimento de 8% no consumo global. A perspectiva de demanda pela pluma brasileira é de 720 mil toneladas no mercado interno e 2,31 milhões de toneladas no mercado externo. Para 2022, o prognóstico é de 700 mil e 1,83 milhão de toneladas, respectivamente. Não há, no entanto, razão para preocupação quanto ao abastecimento da indústria nacional, garantiu o presidente da Abrapa.  "Precisamos ter uma maior aproximação da indústria com os produtores, para que também antecipem os contratos e garantam seu fornecimento", pontuou. Bernardo Souza Lima, diretor da corretora Souza Lima, destacou que as exportações do primeiro trimestre deste ano ultrapassaram 730 mil toneladas, mais do que todo o consumo interno previsto para a safra 2020/2021. O estoque de passagem, portanto, deve ser baixo. "A exportação tende a ser um pouco menor no próximo ciclo, mas continuará havendo demanda pelo algodão brasileiro. É muito importante para a indústria trabalhar com maior antecedência na programação de compra de matéria-prima", avaliou. Souza Lima chamou atenção para a volatilidade do mercado de algodão nos últimos 12 meses, resultado da flutuação da cotação na bolsa de Nova York e do câmbio – principais componentes na formação do preço no mercado interno.  "É muito importante ficar atento ao que pode acontecer com o câmbio e o preço internacional, porque isso vai impactar diretamente no nosso preço doméstico", afirmou. A plenária do SIFT-MG foi conduzida pelo presidente do sindicato, Rogério Mascarenhas, e contou ainda com a participação do presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit),  Fernando Pimentel, e do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe.

Relatório de Safra - 1ª quinzena de março de 2021
08 de Abril de 2021

​O Brasil exportou 235.505 toneladas de algodão em fevereiro deste ano, volume 39% superior ao embarcado no mesmo mês de 2020.  O principal destino foi Bangladesh, com 52 mil toneladas, aponta o primeiro Relatório Abrapa de Safra de março.  A balança comercial da safra 2019/020 de algodão já acumula superávit de  U$ 2,616 bilhões de dólares e a previsão é que ultrapasse os U$ 3 bilhões até o final da temporada. Saiba mais aqui: Relatório de Safra - 2ª quinzena_fevereiro_09.03.2021

Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
02 de Abril de 2021

ALGODÃO PELO MUNDO #13/2021 - Algodão em NY - O mercado resistiu ao anúncio de área maior que a esperada nos EUA, mas as baixas vendas semanais divulgadas ontem trouxeram o mercado para baixo.  O contrato Jul/21 fechou em 79,27 U$c/lp, queda de 0.3% nos últimos 7 dias. - Preços - O preço do algodão brasileiro Middling 1-1/8” (31-3-36) posto Ásia está em 89,75 U$c/lp (-1,3% na semana) para embarque em Mar-Abr/21 e 90,25 U$c/lp (sem alteração na semana) para embarque em Out-Nov/21. Tabela com mais detalhes abaixo. - Altistas 1 - Apesar do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) ter divulgado esta semana em seu relatório de intenção de plantio - o Prospective Plantings – que a área plantada de algodão será 12,04 milhões de acres, a visão de muitos analistas é que esta área deve ser menor pela competição com outras culturas. - Altistas 2 - Mais da metade da área plantada projetada é no Texas (56%), estado que vem sofrendo com seca, o que deve impactar tanto o % de abandono quanto a produtividade. - Baixistas 1 - As vendas externas divulgadas esta semana no relatório semanal de exportação dos EUA foram as mais baixas do ano: 84.995 fardos, após cancelamentos de 165.120, principalmente da Indonésia (79%) e da China (15%). - Baixistas 2 - O algodão está no centro do mais recente conflito China-EUA, por conta do boicote dos EUA e seus aliados ao algodão produzido na principal região produtora Chinesa.  Esta semana a China Cotton Association organizou um evento na região com diplomatas de 20 países. - Exportações - Exportações brasileiras de algodão fecharam o mês março/21 com de 221,9 mil tons.  Este foi o maior mês de março da história, superando as 140 mil tons de mar/20. - Exportações 2 - Neste ritmo, o Brasil deve superar 2,3 milhões de tons no período Ago/20 a Jul/21, recorde absoluto.  O volume exportado em 19/20 foi 1,95 milhões de toneladas. - Importações - A China divulgou que nos primeiros dois meses deste ano importou 690,6 mil tons de algodão, o que representa um aumento de 67,51% com relação ao ano anterior.  Os EUA (43%) foram os maiores fornecedores, com o Brasil (38%) em segundo e a Índia (12%) em terceiro lugar. - Importações 2 - Desde a assinatura da fase 1 do acordo comercial entre EUA e China, no início do ano passado, o Brasil perdeu muito espaço no mercado Chinês.  Entretanto, no acumulado dos últimos três meses divulgados pela China (Dez-Jan-Fev), o Brasil retomou as exportações e praticamente empatou com os EUA neste período. - Paquistão-Índia - Após anunciar que estava retomando o comércio de algodão com a Índia, suspenso em 2019, o governo Paquistanês voltou atrás e resolveu manter a proibição. - Bangladesh - Problemas no porto de Chittagong têm causado congestionamento e feito com que navios esperem até dez dias para atracar.  Esta situação tem dificultado a importação de algodão pelo país e aumentado os custos logísticos. - Preços - Consulte tabela abaixo

Câmara Setorial atualiza previsões da cadeia do algodão frente à pandemia
30 de Março de 2021

A safra 2020/2021 de algodão deve alcançar 2,41 milhões de toneladas da pluma. O volume previsto é 20% inferior à 2019/20 e resulta, principalmente, da redução da área plantada, que totalizará 1,35 milhão de hectares. A produtividade média estimada é de 1.784 kg de pluma por hectare. As projeções atualizadas da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Abrapa, mostram, ainda, que 65% do algodão plantado na safra 2020/21 é de segunda safra e 35%, de primeira. Os dados foram apresentados pelas associações estaduais na primeira reunião do ano da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).  O encontro, virtual, contou com a participação de todos os elos do setor. A indústria têxtil apresentou suas expectativas, diante da queda na demanda interna, em razão da segunda onda da pandemia de Covid-19 no país.  A previsão é de um consumo de 700 mil toneladas de algodão. Segundo Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), o recuo nas vendas do varejo já vinha sendo observado desde novembro e, a partir de março, começou a ser sentido pela indústria. "Estamos procurando costurar soluções que não coloquem em risco toda a rede de produção e distribuição", informou. Pimentel acredita que somente em 2022 o setor retomará os níveis de 2019. Neste sentido, manifestou preocupação quanto ao estoque de passagem. "Precisamos trabalhar juntos, indústria, cotonicultura e varejo, para que não haja escassez de algodão e tenhamos uma situação de crescimento da cotonicultura e da indústria brasileira, rumo a nossa meta de um milhão de toneladas. Há preocupação com estoque de passagem muito apertado e é preciso que cotonicultura e indústria estajam afinados neste tema para não haver falta de algodão para a indústria têxtil brasileira", concluiu. No que se refere às vendas externas, a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) estima que alcancem 2,315 milhões de toneladas da pluma entre julho de 2020 e junho de 2021 – até fevereiro, os embarques totalizavam 1,8 milhão de toneladas.  "Seria um novo recorde de exportação para o Brasil, além de solidificar a posição de segundo maior exportador do mundo, depois dos Estados Unidos, com praticamente 25% do comércio global", destacou Henrique Snitcovski, presidente da Anea. A China segue como principal destino da produção brasileira, responsável por mais de um terço das exportações de algodão.   A Abrapa aproveitou a reunião para apresentar o programa de promoção internacional do algodão brasileiro, o Cotton Brazil. Lançado em 2020 em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), o projeto tem foco no mercado asiático, destino de 99% das exportações brasileiras da pluma. Desde dezembro de 2020, a Abrapa conta com um escritório em Singapura, de onde foram realizados 10 eventos virtuais denominados Cotton Days - com a presença de mais de mil potenciais compradores, embaixadores e diplomatas - além de reuniões com as principais entidades do setor industrial têxtil da Ásia. Como convidada especial da reunião, a pesquisadora Lêda Carvalho Mendes, da Embrapa Cerrados, falou sobre perspectivas de uso da Análise Biológica dos Solos – BIOAS - para uma agricultura mais sustentável. Lançada no ano passado, a tecnologia busca aliar alta produtividade com qualidade de solo. "Queremos fazer agricultura em solos saudáveis", afirmou.   Deliberações   O reajuste do Preço Mínimo do Algodão foi um dos temas em debate. A Câmara setorial decidiu solicitar ao Mapa a atualização dos valores no próximo Plano Safra, que deve ser anunciado pelo governo federal entre maio e junho deste ano. A proposta está sendo elaborada com base em dados do Centro de Pesquisas Econômicas da Esalq/USP e da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). "É importante termos a garantia do preço mínimo não só para uma eventualidade, que esperamos que não aconteça, mas também como balizador dos cálculos para tomada de empréstimo e outros levantamentos", pontuou o diretor-executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero Outra demanda que será enviada ao Ministério da Agricultura é a criação de mecanismos regulatórios que minimizem os impactos do processo de reavaliação do imidacloprido à agricultura brasileira. Também será reiterado o pedido, feito em dezembro de 2020, de priorização de registro de defensivos para pragas de difícil controle, como o bicudo do algodoeiro e a ramulária. Ao final desta 62º reunião da Câmara Setorial, o presidente, Milton Garbugio, passou a liderança do fórum a Júlio Cézar Busato, que está à frente da Abrapa, desde janeiro deste ano.  "Queria agradecer a todos da câmara setorial, quantos problemas já resolvemos aqui. Temos muitas conquistas e ficamos orgulhosos com isso", falou Garbugio. "Temos que, intensivamente, trabalhar cada vez mais e mostrar que temos, sim, produto com responsabilidade e qualidade como qualquer produtor do mundo", finalizou.   Em nome do setor, Busato agradeceu a atuação de Garbugio em ações que beneficiaram a cotonicultura brasileira e reiterou o compromisso dos produtores com qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade. "Temos que fazer o dever de casa, vamos ter um trabalho enorme e não vai ser fácil. O que queremos, com isso, é conquistar mercado e valorizar a pluma brasileira", destacou. A próxima reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados está marcada para julho.  

Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
26 de Março de 2021

ALGODÃO PELO MUNDO #12 - Algodão em NY - Semana de queda significativa no mercado, com especuladores saindo em massa de suas posições.  Com o mercado em limite de baixa ontem, o contrato Jul/21 fechou em 79,52 U$c/lp, queda de 8% nos últimos 7 dias.  Desde o pico no final de Fevereiro, o contrato já perdeu 15 U$c/lp. - Preços - O preço do algodão brasileiro Middling 1-1/8” (31-3-36) posto Ásia está em 91 U$c/lp (-4% na semana) para embarque em Mar-Abr/21 e 90,25 U$c/lp (-3% na semana)  para embarque em Out-Nov/21.  Tabela com mais detalhes abaixo. - Altistas - Mesmo com o mercado em baixa na semana, é importante destacar que os fundamentos de mercado não se alteraram de maneira significativa.  Apesar das (poucas) chuvas, a seca no Texas continua e o ritmo de exportações segue forte. Além disso, a área de plantio deste ano nos EUA ainda é incerta e está pressionada por conta da relação de preços algodão x grãos. - Baixistas 1 - Analisando os fatores baixistas, é importante destacar que a pandemia COVID-19 continua preocupando e limitando o crescimento, principalmente na Europa.  A grave situação no Brasil também está no radar, além das tensões sobre distribuição de vacinas entre a UE e Reino Unido além da Índia limitando exportações da vacina. - Baixistas 2 - Os novos capítulos da relação EUA-China também contribuíram para a onda baixista.  Após o boicote de produtos com algodão de Xinjiang, os americanos, liderando uma coalizão com seus aliados da Europa e Canada, impuseram novas sanções à China por conta das acusações de campos de trabalho forçado na região. - Baixistas 3 - A China, por sua vez, nega as acusações e já retaliou com sanções aos ocidentais.  Ao mesmo tempo, esta semana há uma forte campanha nas redes sociais defendendo algodão produzido em Xinjiang e pedindo boicote a várias marcas de varejo que proibiram os produtos da região.  Somente a hashtag #euapoioalgodãodeXinjiang já teve até ontem 1,8 bilhões de visualizações. - Exportações - Exportações brasileiras de algodão na 3a semana de março foram de 49 mil toneladas.  O acumulado do mês nestas três semanas é de 153,8 mil tons.  Com estes números, mar/21 já é o maior mês de março da história, superando as 140 mil tons de mar/20. - Relação Paquistão-Índia - O comércio de algodão entre os dois países foi suspenso em 2019 pelo Paquistão devido a litígios de fronteira na região da Caxemira. Os primeiros-ministros dos dois países estão em negociação que pode levar à suspensão do embargo. - A Austrália teve cinco dias de chuvas contínuas, com algumas áreas recebendo as maiores precipitações em mais de meio século. Com isso, os reservatórios estão se enchendo, o que traz esperança de melhores dias para a cotonicultura local. - Apesar de não interromper o comércio de algodão, o bloqueio do Canal de Suez impacta diretamente a cadeia têxtil pois esta é a principal via de exportação marítima de toda a Ásia para a Europa. A operação para desencalhar o navio Ever Given, um dos maiores navios do mundo com 400 mts de comprimento, pode levar muitos dias ainda.  A cada dia de interrupção, em torno de US$ 10 bilhões de mercadorias deixam de transitar pelo canal. - Agenda - O relatório de intenções de plantio do USDA para esta safra será divulgado na quarta-feira, 31/mar. Entretanto, após o fim da pesquisa com produtores o mercado caiu mais 10 U$c/lp, o que pode indicar que o número anunciado pode estar acima do que será efetivamente plantado. A estimativa do USDA em Janeiro foi de 12,00 milhões de acres. - Preços - Consulte tabela abaixo ⬇

Abrapa e Apex avaliam projeto Cotton Brazil
25 de Março de 2021

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Abrapa, apresentou, nesta quinta-feira (25), um balanço da primeira fase do programa Cotton Brazil à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).  Fruto da parceria do setor produtivo com o governo federal, com apoio da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), o projeto foi lançado em 2020 com o objetivo de promover internacionalmente o algodão brasileiro, com foco no mercado asiático.   A Ásia é o destino de 99% das exportações brasileiras da pluma, concentradas em nove países: China (22,5%), Bangladesh (17,3%), Vietnã (16,1%), Turquia (10,2%), Paquistão (9%), Indonésia (6,9%), India (2,4%), Tailândia (2%) e Coreia do Sul (1,4%), segundo dados do USDA (out/2020).   O potencial de crescimento desses mercados motivou iniciativas como a abertura de um escritório da Abrapa em Singapura, hub do continente asiático.  A base regional já propiciou a realização de 10 eventos virtuais denominados Cotton Days, com a presença de mais de mil potenciais compradores, embaixadores e diplomatas, além de reuniões com as principais entidades do setor industrial têxtil da Ásia.   O projeto inclui uma plataforma de Business Inteligence que auxilia os gestores do setor do algodão brasileiro na tomada das melhores decisões baseadas em dados. A ferramenta reúne as principais informações e indicadores da cadeia produtiva do algodão no Brasil e no mundo.   "A parceria com o governo brasileiro tem sido fundamental neste projeto e elevará nossas exportações de algodão a um outro patamar", avalia o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato. A meta do Cotton Brazil é transformar o Brasil no maior exportador de algodão em pluma do mundo até 2030, reconhecido pela qualidade, sustentabilidade e padrão tecnológico de seu produto.

Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
23 de Março de 2021

ALGODÃO PELO MUNDO #16/2021 - Algodão em NY - Ao contrário dos grãos, que tiveram boa alta na semana, os contratos de algodão tiveram pouca volatilidade.  O contrato Jul/21 fechou em 86,05 U$c/lp, queda de 0,2% nos últimos 7 dias. - Preços - O preço do algodão brasileiro Middling 1-1/8” (31-3-36) posto Ásia está cotado a 93,50 U$c/lp (+75 pts na semana) para embarque em Abr-Mai/21 e 93,50 U$c/lp (+75 pts) para embarque em Out-Nov/21. - Altistas 1 - A China importou mais de 280 mil tons de algodão em mar/21, principalmente dos EUA, Brasil e Índia. O total importado na temporada 20/21 já ultrapassou 2 milhões de tons. - Altistas 2 - As importações de fios de algodão pela China também seguem em ritmo forte. Foram 225 mil tons em mar/21, com o Vietnã representando quase metade das origens. - Altistas 2 - Os mercados de grãos e oleaginosas tiveram forte alta na semana em Chicago. Milho subiu mais de 10%, atingindo limite de alta na sessão de ontem, e soja subiu 7% - ambos estimulados pelos apertados estoques.  - Baixistas 1 - No caso do algodão, apesar de estar em patamar menor que o ano passado, os estoques estão longe das mínimas históricas. - Baixistas 2 - Segundo a publicação Cotton Outlook, fiações relataram redução no volume de vendas de fios. Após muitos meses de excelentes margens, as indústrias têm reclamado de uma relação menos favorável de preços fio X algodão. - BCI Chinês 1 – A China deve lançar em breve sua própria versão de certificação socioambiental para a cultura do algodão. Segundo fontes oficiais, “já está na hora da China definir seus próprios padrões de qualidade”, ao invés de atender as exigências externas. - BCI Chinês 2 - O programa estaria sendo gestado há dois anos e, agora, com as crescentes tensões envolvendo denúncias de trabalho forçado na sua principal região produtora (Xinjiang), a China decide implementar a estratégia. - Bangladesh – Além do lockdown, exportadores do setor têxtil têm sofrido com falta de gás em Bangladesh. Nas últimas semanas, fiações, tecelagens e fábricas de tecidos reduziram a produção devido à escassez do insumo energético. O país é o 2º maior importador de algodão do mundo. - Turquia - A área plantada de algodão na Turquia em 21/22 deve aumentar 29%, para 450 mil hectares, segundo o USDA. Assim, mesmo com aumento no consumo interno, as importações devem reduzir em 5,9%, para pouco menos de 1 milhão de tons, colocando agora o país no 5º lugar do ranking de importações. - Paquistão - O Paquistão tende a ter o pior desempenho na produção da pluma nos últimos 30 anos. O governo local estuda subsidiar a venda de sementes e agroquímicos e pode adotar preço mínimo para auxiliar os mais de 1,5 milhão de produtores do país. - Paquistão 2 - As importações, por outro lado, devem atingir o recorde de 1,2 milhões de tons esta temporada (agora 4º do mundo).  A indústria têxtil do país é altamente competitiva no cenário global e representa 60% de todas as exportações do Paquistão. - Índia - Embora ainda haja preocupação com a alarmante segunda onda de Covid-19 no país, os centros de produção têxtil, localizados principalmente em áreas rurais, não estariam sendo muito afetados.  Plantio - Relatório semanal do USDA mostra aumento de 3 pontos percentuais para 11% do plantio nos EUA, mesmo nível do ano passado e acima da média de 5 anos em 2%. A situação de seca no Oeste do Texas permanece preocupante. - Brasil-China - Aproximação - Na próxima segunda-feira (terça 27 em Beijing) a Abrapa assina Memorando de Entendimento com a principal entidade do setor na China, a China Cotton Association. - Brasil-China - Aproximação 2 - O acordo prevê intercâmbios técnicos, parcerias para promoção da fibra brasileira no mercado Chinês e representa um marco nas relações das duas principais entidades do setor em seus respectivos países. - Brasil-China - Aproximação 3 - A China é o principal mercado do algodão brasileiro, representando nesta temporada 33% das exportações nacionais, com volume de 643 mil tons, de ago/20 a mar/21. - Exportações - O Ministério da Economia divulgou que o Brasil exportou 104 mil toneladas de algodão nas três primeiras semanas de abril. Este já é o recorde para o mês de abril, superando as 90,5 mil tons do ano passado. - Preços - Consulte tabela abaixo

Conheça o Sou de Algodão, movimento que promove o consumo responsável
22 de Março de 2021

​Iniciativa da Abrapa realiza ações e parcerias para incentivar o uso do algodão sustentável produzido em solo nacional. Você sabia que o Brasil é o maior fornecedor de algodão sustentável do mundo? E que somente 8% de todo o algodão cultivado no país é irrigado artificialmente? Em 2016, o movimento Sou de Algodão foi criado para incentivar o consumo responsável da fibra, que é natural e biodegradável, além de levar informações como essas para o público. A iniciativa é da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e conta com 500 marcas engajadas atualmente, de segmentos que vão da moda à decoração. Essas parcerias funcionam como uma via de mão dupla, conscientizando os consumidores sobre a composição de suas roupas e de seus produtos. Vem conhecer essa iniciativa! Afinal, o que é algodão sustentável? No Brasil, o algodão considerado sustentável é aquele certificado pelo Algodão Brasileiro Responsável (ABR), programa da Abrapa que existe desde 2012 e avalia pilares que formam o tripé da sustentabilidade: econômico, social e ambiental. Para adquirir o selo, atualmente fornecido em parceria com a ONG internacional Better Cotton Initiative (BCI), os agricultores precisam cumprir 178 requisitos de um rígido protocolo de boas práticas. Antes disso, precisam atender a outros 224 itens na fase de “verificação para diagnóstico”. A atividade deve, por exemplo, ser economicamente sustentável e gerar renda, com salários dignos. No aspecto social, o programa avalia critérios como a segurança no trabalho e o respeito à legislação trabalhista brasileira. Já na esfera ecológica, o produtor deve cumprir o Código Florestal Brasileiro e manter boas práticas agronômicas. Os resultados da certificação são auditados por empresas externas que possuem renome internacional. “Esse programa sempre é atualizado conforme a legislação. Dez anos de muito trabalho e, agora, estamos fazendo isso também para as beneficiadoras de algodão, que separam a pluma do caroço”, explica Júlio Cézar Busato, presidente da Abrapa desde janeiro deste ano. Em meados de 2015, a associação identificou perda de participação do algodão em relação a outras fibras e falta de conhecimento do consumidor sobre as roupas que vestia. Diante desse contexto, surgiu uma necessidade: incentivar o uso do algodão brasileiro na moda e colocá-lo em pauta. Mostrar às pessoas, principalmente o consumidor, como ele é produzido, unindo a voz de profissionais de toda a cadeia produtiva da fibra. Para isso, a Abrapa pensou em uma ferramenta de conscientização sobre a composição das roupas. Assim, surgiu o movimento Sou de Algodão. Nasce o Sou de Algodão O Sou de Algodão estreou no São Paulo Fashion Week N42, em outubro de 2016. A campanha de lançamento teve como embaixadores o fundador e diretor criativo do evento, Paulo Borges, e os estilistas Martha Medeiros e Alexandre Herchcovitch, além do apoio de 10 filiadas e do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA). O movimento faz diversas ativações para levar a consciência sobre os benefícios e as possibilidades da pluma (algodão beneficiado). Entre elas, participações em eventos de moda e no Congresso Brasileiro do Algodão, lançamentos de kits e campanhas em datas especiais, entre outras ações, como o Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores, voltado para o público universitário. Em 2018, por exemplo, o movimento organizou uma visita de jornalistas, estilistas e professores a uma fazenda algodoeira. O encontro, com participação de designers da Casa de Criadores, do consultor e palestrante André Carvalhal e da jornalista de moda Lilian Pacce, foi batizado de Cotton Trip. Outra frente de atuação é com marcas parceiras que pertencem à indústria têxtil e trabalham com o algodão nacional. Para se engajarem, elas precisam oferecer produtos com, pelo menos, 70% da fibra na composição. Depois de quatro anos de atuação do projeto, Júlio Cézar Busato avalia que os consumidores começaram a se preocupar mais com sustentabilidade e fibras naturais. “Os sintéticos estão trazendo um problema enorme: a poluição dos rios e mares com microfibras. As coisas estão conseguindo caminhar e nós estamos conseguindo levar a nossa informação, as verdades de como é produzido o algodão brasileiro”, observa. Marcas parceiras As primeiras colaborações surgiram já no primeiro ano do movimento. Só em 2021, mais de 100 novos parceiros se juntaram à iniciativa, que tem expectativa de chegar a pelo menos 650 marcas engajadas, ainda neste ano. As listas dos segmentos de moda incluem labels como Iorane, Ronaldo Silvestre, Farm e Ginger. A Reserva foi a 500ª marca a adentrar ao time. “Nossa relação com as marcas é de colaboração. Para ser parceira não tem nenhum aporte financeiro. Trabalhamos juntos no processo de divulgação: eles divulgando o Sou de Algodão, e nós, a marca. Eles usam a logo e toda nossa guide, e nós fazemos o mesmo”, comenta a coordenadora do movimento, Silmara Ferraresi, da Abrapa. O selo do movimento pode ser usado pelas marcas em suas plataformas de comunicação e nos produtos feitos com pelo menos 70% de algodão. Pelo site da iniciativa, é possível conferir todas as empresas engajadas de acordo com a categoria de mercado. O movimento também articula colaborações entre as parcerias, como trabalhos conjuntos de grifes com grandes tecelagens, por exemplo. “Ajudamos muito dessa maneira, nos mais variados segmentos. Temos desde feminino, masculino, artesanato. Não tínhamos pensado que algodão poderia ser forte no segmento pet, mas tivemos uma marca engajada recentemente”, acrescenta a coordenadora. Algodão no radar da moda A stylist e consultora de estilo e imagem Chris Francini é uma grande fã do algodão, especialmente por causa do toque e as diversas possibilidades que ele oferece para a indústria. “Hoje, você pode tecê-lo de várias maneiras, de tela e na diagonal. Pode fazer mil coisas com ele, ter acabamentos diferenciados. Acho que isso é que traz a novidade”, opina. A Iorane é uma das marcas parceiras do projeto que a especialista em estilo admira. Para ela, um dos pontos mais importantes do movimento Sou de Algodão é a valorização do produto brasileiro. “Nós exportamos muito e, finalmente, as confecções nacionais começaram a enxergar nosso produto nacional. Tem um valor agregado muito forte, por isso o movimento é tão importante”, defende. “No mundo inteiro, estamos voltando para uma cadeia produtiva menor e que ajude produções locais.” Algodão orgânico e sustentável são a mesma coisa? Nas contas da Abrapa, o Brasil é o quarto maior produtor de algodão no mundo e o segundo maior exportador mundial. Atualmente, 75% dessa matéria-prima produzida em solo brasileiro tem o selo ABR. De toda a quantidade licenciada pela BCI no mundo em 2019, 36% veio do Brasil. Isso significa que a maior parte do algodão sustentável do mundo é oriunda da cadeia nacional. Além disso, apenas 8% do algodão cultivado por aqui é irrigado artificialmente, enquanto os Estados Unidos, maior exportador do material, irriga 80%. É importante, também, entender que o conceito de algodão sustentável é completamente diferente de algodão orgânico. A produção das plumas orgânicas não permite o uso insumos químicos, como agrotóxicos e fertilizantes sintéticos, e organismos geneticamente modificados, como as sementes transgênicas. O cultivo de plumas orgânicas no Brasil ocupa, principalmente, estados no Nordeste, a exemplo do “algodão colorido” da Paraíba, que a coluna abordou anteriormente. O sustentável, por sua vez, respeita os três pilares mencionados anteriormente e é cultivado de maneira tradicional, usando tecnologias para manter a qualidade da fibra e controlar pragas, como o temido bicudo-do-algodoeiro. Busato adianta que já existe um trabalho conjunto da Abrapa com a Embrapa para encontrar uma alternativa para deter o inseto que dispense o uso de defensivos. Ilca Maria Estevão 22/04/2021 5:00 site: Metrópolis