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Marisa oficializa parceria com movimento Sou de Algodão
08 de Setembro de 2022A rede de moda feminina e lingerie Marisa se uniu ao Movimento Sou de Algodão, da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), em sua nova coleção, intitulada “Vai Com Moda Consciente”, que conta com uma linha de jeans criados em uma cadeia de produção que aplica boas práticas socioambientais. A novidade tem o objetivo de despertar o consumo responsável do algodão. Desta forma, a Marisa reforça seu compromisso com iniciativas e pautas socioambientais. Os modelos de jeans que representam a parceria estão sinalizados com tags, como um convite à reflexão, para o consumidor final reforçar a consciência sobre uma moda socialmente responsável e ambientalmente sustentável. “Estou encantada com as peças deste novo ciclo, que traz aquele jeans que você se sente confortável e pronta para qualquer ocasião. Esse é o poder de uma fibra natural como o algodão – a sua versatilidade para compor diversos tecidos, com o caimento certo para cada estilo de roupa. A parceria entre Marisa e Movimento Sou de Algodão, reforça a importância da fibra no mundo fashion, ainda mais quando falamos do algodão nacional, que faz parte de uma cadeia de confecção que valoriza as boas práticas”, afirma a consultora de moda Thais Farage. Seguindo a proposta de criar combinações despojadas e modernas, a marca apresenta a calça wide leg de lavagem clássica e tonalidade média, ideal para as consumidoras que procuram peças versáteis e atemporais. Já o conjunto de calça e colete em tom natural valoriza o aspecto rústico e é uma tendência que tem dominado as ruas. A Marisa está engajada na construção de uma moda mais harmoniosa com a natureza e segue atenta às tendências da temporada. Dentro do estilo color blocking, a nova coleção oferece conjuntos coloridos em sarja. E na onda do oversized, os bolsos grandes dão o toque especial em um design mais descolado das jaquetas. Combinadas com as calças wide leg, que trazem detalhes puídos, compõem um look moderno e descontraído. Com cintura alta e modelagem mais larga nas pernas, as calças wide leg são as favoritas do momento e ajudam a alongar a silhueta, ideal para todos os corpos, além de garantir um visual moderno e jovem. Na coleção “Vai com Moda Consciente”, em parceria com a Sou de Algodão, a Marisa traz as opções do modelo em preto, cor que não pode faltar no armário de qualquer fashionista, e em verde, seguindo a tendência mais colorida das próximas estações. Leia mais: Marisa oficializa parceria com Movimento Sou de Algodão - Site RG – Moda, Estilo, Festa, Beleza e mais (uol.com.br) Mídia: Site RG – 06/09/2022
Descuido no transporte causa perda de até 15% no algodão brasileiro
06 de Setembro de 2022Embora o algodão brasileiro seja considerado um dos melhores do mundo em qualidade, parte dos atributos se perdem no transporte, comprometendo a imagem internacional do setor. Em meio a uma crise logística internacional, com escassez de contêineres, um problema antigo se agravou: a falta de cuidados no transporte da pluma, causando prejuízos para compradores e vendedores diante de perdas que poderiam ser evitadas. “Nós tivemos a infelicidade na última missão que fizemos, em abril, de ver isso in loco na Ásia comparando o depósito de algodão americano, australiano e do nosso algodão – que em qualidade é melhor que o deles – totalmente danificado. E aí isso é um prejuízo para a imagem do algodão brasileiro porque o comprador não imagina que ele estragou no transporte, ele acha que já saiu daquele jeito, arrebentado, daqui”, explica o diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Marcio Portocarrero. Responsável pelos protocolos de certificação de boas práticas na produção da pluma no país, a entidade representativa do setor cotonicultor se prepara para lançar um novo programa no país voltado para logística, o ABR-Log. O intuito, aponta Portocarrero, é reunir todas as melhorias necessárias no processo de transporte e armazenamento da pluma realizado atualmente no país. “Pela nossa experiência, tudo que nós tivemos que fazer para melhorar a forma de produzir e beneficiar foi com protocolos e chamando auditorias para ver se foi bem feito. Então, resolvemos criar e vamos implementar um protocolo de auditoria nas empresas de logística para que elas tratem melhor nosso algodão e que ele chegue melhor no destino final”, completa o diretor executivo da Abrapa. A previsão é de que o protocolo, ainda em discussão, entre em vigor até o final deste ano. Entre os principais problemas enfrentados, Portocarrero destaca carrocerias de caminhão sujas e a lotação de contêineres acima da sua capacidade máxima. “A carroceria de caminhão suja contamina a lona que recobre o algodão, a carga vai esfregando na carroceria, pega umidade e contamina, perde qualidade. Quando chega no porto para embarcar o algodão, com essa crise de contêiner, enfia o máximo que puder de fardo pra dentro do container e eles são estufados literalmente e na hora de tirar não consegue tirar direito, tem que puxar e arrebenta”, explica o diretor executivo da Abrapa. A Associação estima perdas de 10% a 15% na pluma embarcada de forma descuidada, o que pode gerar tanto descontos para o vendedor quanto prejuízos no rendimento da pluma adquirida pelo comprador, que terá que destinar a parcela contaminada para fins menos nobres. “Então ele deixa de ganhar lá na outra ponta também porque na verdade ele comprou um algodão de primeira linha e está tendo que engolir um algodão danificado, que ele vai perder 10% na hora de beneficiar e fazer fio porque uma parte está estragada”, observa Portocarrero ao ressaltar que ainda que os protocolos representem aumento de custos, eles evitarão que o Brasil perca mercados num contexto e aumento da concorrência internacional. “Hoje nós somos um dos poucos países a fornecer algodão certificado de qualidade e a demanda por esse algodão sustentável é muito maior do que a oferta, então isso facilita negócios antecipados. Mas num futuro muito próximo isso vai virar obrigação e vamos ser apenas mais um e aí quem não é certificado vai ter problema e ainda mais problema se estiver chegando fardo estragado lá fora, porque aí ninguém vai querer e vamos ter que jogar algodão fora”, alerta o diretor executivo da Abrapa. Leia mais: Descuido no transporte causa perda de até 15% no algodão brasileiro - Revista Globo Rural | Algodão Mídia: Globo Rural – 24/08/2022
O sucesso da pluma
05 de Setembro de 2022Às vezes se vai mais rápido sozinho, mas certamente juntos vamos mais longe. A frase de Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), pode parecer "chavão", mas sintetiza a maneira de pensar e agir da cadeia produtiva do algodão nas últimas três décadas. Os resultados positivos comprovam sua eficácia. O Brasil, que em 1997 ocupava a amarga posição de segundo maior importador de algodão do mundo (atrás somente da China), reassumiu em 2002 o posto de país exportador e atualmente é o segundo maior fornecedor mundial da pluma, com aproximadamente 1,725 milhão de toneladas embarcadas na safra 2021/2022, atrás somente dos Estados Unidos, segundo dados da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea). Diversos fatores estão por trás dessa virada, e a interação entre os diversos elos da cadeia produtiva do algodão é certamente um dos principais. As palavras "necessidade" e "respeito" são recorrentes entre as lideranças do setor algodoeiro para explicar como se chegou a essa organização, que é referência para outras cadeias produtiva. "Há muito respeito entre os vários elos da cadeia produtiva do algodão. Não há soberba, uma postura de achar que você é mais importante que o outro, o que em geral traz mais antagonismo que resultados", afirma o produtor Alexandre Schenkel, de Campo Verde (MT). A consciência de que cada elo depende do outro é uma grande vantagem para um setor que enfrenta muitos desafios, diz ele. Mas como tudo isso começou? O Brasil teve um desempenho relevante na produção e exportação mundial de algodão até meados dos anos 1980, quando as lavouras dos Estados líderes na cotonicultura foram dizimadas pelo bicudo do algodoeiro – considerado até hoje a maior praga da cultura. Essa situação, que não interessava a ninguém (aos produtores, à indústria têxtil, ao governo, às instituições de pesquisa e aos fabricantes de insumos agrícolas), acabou gerando um esforço nacional em prol da erradicação do bicudo. Resultou também num programa de incentivo à cultura do algodão no Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e também em Rondônia, no noroeste do país), conta João Ribeiro Crisóstomo, pesquisador aposentado da Embrapa Algodão (PB). No final dos anos 1970, o empresário paulista Olacyr de Moraes já fazia as primeiras experiências com o cultivo de algodão no modelo empresarial na Fazenda Itamarati, em Ponta Porã (MS), influenciado pelo amigo produtor Ignácio Mammana Netto. Mas somente na virada dos anos 1990 uma verdadeira revolução no cenário agrícola do Cerrado mato-grossense teve início na Fazenda Itamarati Norte, em Campo Novo do Parecis (MT), onde Olacyr bancou as pesquisas realizadas em parceria com a Embrapa, que resultaram na variedade CNPA-ITA 90 – uma mistura de várias linhagens selecionadas na Deltapine Acala 90. Essa "sementinha" foi fundamental para o boom da cotonicultura mecanizada nas regiões do Cerrado. No entanto, junto com ela veio um grande problema: as primeiras cultivares da ITA-90 eram suscetíveis à chamada "doença azul", uma virose transmitida por um pulgão, cujo controle ficou praticamente impossibilitado pelo excesso de chuvas na safra 1994/1995. Muitos produtores pioneiros quebraram, porém, essas dificuldades levaram os agricultores de Mato Grosso a se unir. "Uma postura de achar que você é mais importante que o outro em geral traz mais antagonismo do que resultados" - Alexandre Schenkel, produtor de algodão. "Tudo serviu de lição. A gente levava paulada na cabeça e, em vez de ficar reclamando, se unia para buscar soluções", lembra o presidente da Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa), Paulo Sérgio Aguiar, que faz parte de uma família pioneira no plantio na região de Primavera do Leste (MT). Lá, os produtores se associaram para plantar e colher as primeiras safras da nova cultura, beneficiar e classificar o algodão produzido, criando a Unicotton em 1997. Mas uma das mais ousadas iniciativas dos produtores mato-grossenses foi convencer o então governador Dante de Oliveira a instituir, em 1997, o Programa de Apoio ao Algodão de Mato Grosso (o Proalmat), que gerou incentivos fiscais visando viabilizar a implantação da cadeia produtiva do algodão, inclusive com a garantia de recursos para a pesquisa. Em 1997, os produtores de Mato Grosso criaram a Ampa, e dois anos depois, quando outros Estados começavam a cultivar algodão no modelo mecanizado, foi fundada a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Nessa caminhada, os cotonicultores do Cerrado contaram com apoios fundamentais, entre eles, o de Andrew Macdonald, escocês naturalizado brasileiro que faleceu em janeiro deste ano. Diretor comercial da Santista Têxtil, ele veio a Mato Grosso em meados dos anos 1990 e incentivou muitos agricultores a aderir à nova cultura, com a promessa de que compraria toda a produção, "independentemente de qualidade, pagando o preço de mercado". O executivo teve participação decisiva na primeira exportação de algodão em pluma feita pelos produtores, em agosto de 1998, quando a fibra produzida em Mato Grosso estava longe de ter sua qualidade reconhecida no mercado internacional. Essa operação pioneira contou com a parceria da corretora Laferlins e da trading Paul Reinhart. Os cotonicultores compreenderam naquele momento que era preciso fazer um trabalho de divulgação do algodão produzido no Cerrado e, com apoio da Ampa e, em seguida, da Abrapa, começaram a viajar pelo mundo (principalmente a países asiáticos) apresentando as características do produto. O marketing internacional incluiu trazer potenciais compradores para visitar as fazendas produtoras de algodão no Cerrado. "Com o apoio das instituições de pesquisa e de produtores de insumos, conseguimos ampliar a produção algodoeira e hoje temos a maior produtividade do mundo em algodão de sequeiro (que corresponde a aproximadamente 90% da produção brasileira)", comenta Júlio Cézar Busato, atual presidente da Abrapa e pioneiro na produção de algodão no Cerrado baiano. Busato cita uma série de iniciativas do setor que nasceram da necessidade de mudar o jogo a favor da pluma brasileira, entre as quais o programa Cotton Brazil, realizado em parceria com a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). Graças a esse programa, foi instalado um escritório da Abrapa em Singapura, de onde o diretor de relações internacionais da entidade, Marcelo Duarte Monteiro, coordena ações com o objetivo de aperfeiçoar a divulgação do algodão brasileiro. Além de realizar o Brazil Cotton Day em território asiático, o programa Brazil Cotton foi responsável pela realização da Missão Compradores, que trouxe a fazendas de Mato Grosso, Bahia e Goiás 21 industriais do setor têxtil, de fiação e traders de seis países (Turquia, Vietnã, Paquistão, Coreia do Sul, Bangladesh e México) na primeira semana de agosto. Busato explica que esses empresários são responsáveis pela importação de 900 mil toneladas da fibra brasileira. "O correspondente a 99% do mercado comprador de algodão está na Ásia, e os integrantes da Missão Compradores deixaram o Brasil encantados com o que viram nas fazendas e também nos laboratórios visitados." "A indústria têxtil nacional absorve aproximadamente de 30 a 35% da produção brasileira de algodão" - Fernando Pimentel, presidente da Abit. Miguel Faus, presidente da Anea, diz que a organização da cadeia produtiva do algodão é "importante para enfrentar os principais concorrentes (EUA e Austrália) e combater narrativas de que o Brasil derruba a Floresta Amazônica para plantar algodão". Ele explica que a cadeia algodoeira se sustenta em um grupo relativamente restrito e muito organizado, que é integrado pela Abrapa e as estaduais, a Abit, a Anea e a BBM (Bolsa Brasileira de Mercadorias), da qual os corretores são membros. "Mesmo que haja interesses opostos – o produtor quer vender caro e quem compra quer pagar barato –, há um entendimento de que o negócio tem de ser bom para todo mundo", argumenta. O presidente da Anea cita um aspecto que também é destacado pelo presidente da Ampa: a importância de se cumprir contratos (a chamada santidade dos contratos) num mercado volátil e no qual se comercializa a produção de uma safra que, às vezes, sequer foi plantada. "Nós nos respeitamos. Tudo foi sendo construído pelo bem comum", afirma Aguiar. Fernando Pimentel, presidente da Abit, acrescenta que a indústria têxtil nacional absorve aproximadamente de 30% a 35% da produção de algodão brasileira (o equivalente a cerca de 700 mil toneladas de pluma ao ano) e é importante para o produtor e a cotonicultura contar com a demanda do mercado doméstico, sobretudo num momento em que "o mercado mundial encontra-se num processo complexo, com disputas geopolíticas e fretes caros". Além disso, argumenta Pimentel, a indústria têxtil nacional – formada pelos setores de fiação, tecelagem, malharia e confecções – incorpora novas tecnologias e, por isso, fornece a produtores e instituições de pesquisa dados valiosos para que a fibra brasileira continue atendendo às demandas de compradores mais exigentes. "Quando você tem a indústria dentro de casa, cria uma base de conhecimentos importante. Essa visão de conjunto favorece a cadeia produtiva como um todo. À medida que você vai interagindo com os representantes de outros elos e trocando informações, eles vão se fortalecendo, e isso é positivo para o país, cria um senso de cooperação", comenta Pimentel. O produtor Alexandre Schenkel também enfatiza a importância desse diálogo constante com a indústria têxtil, de compreender "as demandas" do comprador, visando assegurar que a fibra natural tenha as características necessárias, a fim de evitar desperdícios e garantir o melhor produto final. "Sabemos exatamente onde cada fardo de algodão foi produzido e onde foi beneficiado. Ninguém tem um programa de rastreabilidade como o nosso", garante Júlio Cézar Busato, da Abrapa. Luiz Carlos Bergamaschi, atual presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), confirma a personalidade diferenciada do agricultor que se dedica à cotonicultura. "A gente não faz nada sozinho e tudo – cidade, campo – está integrado ao sistema produtivo. As dificuldades existem para todos, e estamos sempre procurando soluções", diz. Bergamaschi cita o exemplo das Missões Compradores, das quais participou recentemente, que servem para que os produtores entendam o que o mercado internacional está exigindo e também para mostrarem como é feita a produção algodoeira no Brasil. "Trazemos os consumidores da pluma para dentro de nossas fazendas e, após essa troca de informações, procurarmos fazer o nosso dever de casa", acrescenta. O catarinense Bergamaschi recorre ao exemplo do combate ao bicudo do algodoeiro – origem de parte desta história – para falar sobre o comportamento do produtor hoje. "Como se controla essa praga, que dizimou grandes lavouras de algodão num passado não tão remoto? Criamos núcleos regionais para discutir cases de sucesso, trocar experiências, porque, se o vizinho de fazenda não fizer a parte dele, eu também terei dificuldades para controlar o bicudo na minha propriedade." Talvez o exemplo mais contundente da postura proativa e organizada do cotonicultor vem do chamado contencioso de algodão: uma disputa comercial contra os subsídios dados pelo governo norte-americano a seus produtores, que foi vencida pelo Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) após 12 anos, gerando uma indenização que contribuiu para fortalecer a cadeia produtiva. "O governo brasileiro procurou o apoio da Abrapa e seus associados para uma ação na OMC, mas nós, produtores, encaramos todo o trabalho e as despesas, que não foram pequenas. Contratamos um escritório de advocacia norte-americano de referência, fomos atrás do apoio da indústria de máquinas e implementos, promovemos bingos e rifas, e criamos mecanismos visando obter recursos que garantiram essa vitória histórica na OMC", recorda Paulo Aguiar. Os produtores brasileiros de algodão realmente não brincam em serviço e, diante dos resultados alcançados no campo, estão sempre dispostos a se aliar aos demais elos da cadeia produtiva para não colocar em risco a posição de liderança duramente conquistada pela cotonicultura nacional. "Sabemos exatamente onde cada fardo de algodão foi produzido e onde foi beneficiado" - Júlio Cézar Busato, presidente da Abrapa. Leia mais: O sucesso da pluma - Globo Rural.pdf Mídia: Globo Rural – 04/09/2022
Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
02 de Setembro de 2022- Destaque da Semana – Mais uma semana de muita volatilidade que termina com um saldo negativo devido à confirmação de mais lockdowns na China e um sentimento cada vez mais forte de desaceleração da economia mundial. - Algodão em NY – O contrato Dez/22 fechou ontem a 108,21 U$c/lp (-5,17%). Referência para a safra 2022/23, o contrato Dez/23 era cotado a 84,11 U$c/lp (-5,05%) e o Dez/24 a 78,11 (-5,13%) para a safra 2023/24. - Preços (01/09) - O algodão brasileiro estava cotado a 135,50 U$c/lp (-0 pts) para embarque em Nov-Dez/22 (Middling 1-1/8" (31-3-36) posto Ásia (fonte Cotlook). - Baixistas 1 – A política de covid-zero continua rigorosa na China. Esta semana a notícia do lockdown da megacidade de Chengdu (21 milhões de pessoas), no oeste do país, além de afetar a os negócios regionalmente, causa enorme preocupação e pode afetar a economia de todo o país. - Baixistas 2 – Notícias da China também dão conta que metade dos seis milhões de habitantes da cidade portuária de Dalian, além de uma parcela das cidades de Chengde e Shijiazhuang na província de Hebei, também estão em lockdown. - Baixistas 3 – As commodities e bolsas também caíram em consequência dos comentários do presidente do FED dos EUA na última sexta-feira, que reiterou a determinação de reduzir a inflação com taxas de juros mais altas, mesmo que o impacto no crescimento econômico seja negativo. - Altistas 1 – No Paquistão, chuvas torrenciais estão causando inundações em massa, destruindo lavouras e infraestrutura. A safra de algodão pode ser menor que 1 milhão de toneladas (contra uma estimativa de 1,35 milhão). Nesta tragédia que afeta o país, mais de 1.110 pessoas já perderam a vida e 33 milhões foram afetadas. - Altistas 2 – Chuvas em excesso afetam também podem afetar regiões produtoras dos EUA principalmente se as previsões de tempo para o sul do Texas e o Delta se mantiverem. - EUA 1 – O mercado de algodão anda "no escuro" com o fiasco da nova plataforma de divulgação de dados semanais de vendas de exportação dos EUA, que não funciona há duas semanas. - EUA 2 – O relatório de condição de lavoura mostrou alguma melhora no índice de ruins para muito ruins: caiu de 40% para 36%. - China 1 - As importações de algodão da China para julho totalizaram 118,1 mil toneladas, representando um declínio ano a ano de 17,9% e queda de 27,5% no mês a mês. - China 2 - No ano comercial 2021/22, as importações atingiram apenas 1,7 milhão de toneladas, uma queda de 39% em relação à safra anterior. - China 3 - As importações de fios de algodão da China também recuaram, com julho em apenas 65,1 mil toneladas, caindo tanto em relação ao ano anterior (63%) quanto mês a mês (37%). - China 4 - No o ano comercial 2021/22, o país importou 1,6 milhão de toneladas, -26 % em relação ao ano anterior. - China 5 - O Partido Comunista da China sediará seu 20º Congresso Nacional, que acontece uma vez a cada cinco anos, a partir de 16 de outubro em Pequim, segundo anunciou a mídia estatal na terça-feira. - China 6 - O congresso do partido deve conduzir o presidente Xí Jìnping para seu terceiro mandato como líder da China, quebrando de vez o precedente do limite de dois mandatos na presidência. - Turquia - Reflexos da guerra na Ucrânia continuam impactando muito os preços de energia na Europa. Governo turco anunciou aumento nos preços de gás em 50% para as indústrias e 20% para residências. - Índia 1 - Reguladores indianos suspenderam a negociação de algodão por um mês na maior bolsa de futuros do país, a MCX, devido à falta de convergência de preços futuros e spot. - Índia 2 - As monções seguem gerando fortes chuvas. Regiões produtoras de algodão como Gujarat e sul do Rajastão, estão em alerta. - Exportações 1 - O Brasil exportou 62,8 mil tons de algodão em ago/22. O volume foi 24% superior ao embarcado em ago/21. - Exportações 2 - Agosto é o primeiro mês do novo calendário de exportação. A expectativa é que os embarques cresçam nessa temporada e atinjam 1,9 milhão de toneladas (+12,9%). - Colheita 2021/22 - Até ontem (01/09): BA (96%); GO (95%); MS: (100%); MT (100%); MG (88%); SP (99%); PI (99%); MA (69%); PR (100%). Total Brasil: 98% colhido. - Beneficiamento 2021/22 - Até ontem (01/09): BA (62%); GO (69%); MA (32%) MS (59%); MT (43%); MG (62%); SP (99%); PI (42%); PR (100%). Total Brasil: 48% beneficiado. - Preços - Consulte tabela abaixo ⬇ Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, programa da Abrapa. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com
Brasil tem a chance de se tornar o nº 1 em produção de algodão, afirmam especialistas
01 de Setembro de 2022A potência da produção de algodão no Brasil, em meio aos mais diversos desafios ao longo das últimas décadas, foi destaque XIV Encontro Técnico Algodão da Fundação MT. Hoje, o país é o quinto maior cotonicultor do mundo e o segundo exportador mundial da commodity. Somente na safra 2021/22, Mato Grosso e Bahia foram responsáveis por 91% da produção nacional da cultura. Realizado pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) e Senar-MT, em Cuiabá, entre os dias 29 e 31 de agosto, o evento reuniu especialistas das mais diversas áreas ligadas ao algodão. Para especialistas do setor algodoeiro, produtores podem continuar otimistas sobre o futuro da cultura e que, apesar dos desafios, Brasil tem atualmente a chance de se tornar o primeiro do mundo em produção e exportação da pluma. Atualmente, a produção brasileira está atrás apenas da Índia, Estados Unidos, China e Paquistão. Melhora na qualidade O futuro do algodão no Brasil foi tema do debate ‘Desafios da cultura do algodão e tendências para o futuro’. Segundo Júlio Busato, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que esteve recentemente em uma reunião Dubai com empresas do Paquistão e visitou indústrias têxteis Turquia, Indonésia, Tailândia e Bangladesh, o que mais se ouviu foi sobre a melhora da qualidade do algodão brasileiro. “Em todos os lugares ouvimos a mesma coisa: que o algodão brasileiro tem melhorado nos últimos cinco anos e que querem comprar mais algodão do Brasil, cada vez mais”, disse o presidente da Abrapa. Fortalecimento da confiança internacional O grande objetivo hoje da cotonicultura brasileira é o fortalecimento da confiança internacional sobre o produto, de acordo com o diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte. “Não temos o que esconder, sabemos que tem ano bom, tem ano ruim, mas sabemos que a transparência é fundamental para garantir a confiança e essa mesma confiança vai fazer com que o Brasil ganhe mercado sem precisar vender mais barato, esse é o objetivo”. Duarte salientou ainda o interesse de países asiáticos pela fibra brasileira é crescente, em especial pelo número de maquinários para fiação que devem entrar em operação nos próximos dois anos. “É uma pena neste momento não ter a produção que a gente esperava, mas em qualidade temos nos destacado. E falar do algodão brasileiro é fácil, pois não querem só comprar, querem aprender como fazer com a gente”. Clima no exterior favorece o Brasil Conforme os participantes do evento, além da melhor visibilidade do algodão brasileiro, que tem sido conquistada ao atender os critérios de qualidade exigidos pelos importadores, existem outros aspectos que contribuem para o Brasil ter mais chances de expandir sua posição no mercado da fibra. Um deles são os problemas climáticos enfrentados pelos Estados Unidos, segundo maior produtor mundial de algodão atrás da Índia, como destacado por Paulo Marques, head global de algodão da ADM, que participou da Suíça. “Secas como a do Texas e chuvas em excesso no sudeste americano, e a temporada de furacões que ainda nem começou, podem trazer nervosismo ao mercado”. O presidente da Abrapa, Júlio Busato, salientou que em relação a China não há projeções de grandes impactos em sua produção de algodão, contudo o fato do governo asiático priorizar cada vez mais a segurança alimentar uma redução de área destinada para a fibra não é descartada para dar lugar ao milho. “Não podemos e não iremos perder a oportunidade. O que nos trouxe aqui hoje é a união entre os produtores, pesquisa e a troca de informação que temos entre nós, então com certeza temos que agarrar essa oportunidade e estar unidos”, frisou Busato. Leia mais: Brasil tem a chance de se tornar o nº 1 em produção de algodão, afirmam especialistas (canalrural.com.br) Mídia: Canal Rural – 31/08/2022
Para especialistas do setor algodoeiro, produtores podem continuar otimistas sobre o futuro da cultura
01 de Setembro de 2022Em 2020, o Brasil voltou a ocupar o quinto lugar entre os maiores produtores de algodão do mundo – ao lado de Índia, Estados Unidos, China e Paquistão, atualmente o País é o segundo maior exportador mundial da commodity. São dados que mostram não só a potência da produção nacional, mas a superação de desafios ao longo das décadas. Um exemplo foi o bicudo-do-algodoeiro que se alastrou e destruiu plantações inteiras nos anos 90 e, mais recentemente, a pandemia da Covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia que impôs dificuldades do cultivo à comercialização. Nesta safra (2021/22), Bahia e Mato Grosso, responsáveis por 91% da produção nacional de algodão, estão contabilizando, na reta final da colheita, médias de produtividade abaixo da expectativa inicial e problemas com a qualidade de fibra de suas produções. O excesso de chuva no início da semeadura e o término das precipitações ainda no mês de abril são as causas dos fatores negativos deste ciclo. E apesar deste resultado e de aspectos que estarão presentes na próxima temporada, como o alto custo de produção, é possível vislumbrar mais crescimento e mais valorização do algodão brasileiro perante o mundo, e até mesmo os primeiros lugares em produção e exportação. A expectativa foi apontada pelos participantes do painel de abertura do XIV Encontro Técnico Algodão, evento que teve início nesta segunda-feira (29) e segue até quarta-feira (31), e é realizado pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) e Senar-MT, com apoio da Associação Matogrossense dos Produtores de Algodão (Ampa) e patrocínio de empresas do agronegócio. Com o tema ‘Desafios da cultura do algodão e tendências para o futuro’, o debate inicial mostrou que há muito trabalho sendo feito para aprimorar a imagem do algodão brasileiro perante mercados compradores exigentes, como Ásia e Europa. Júlio Busato, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), foi um dos convidados e citou o que ouviu durante visitas recentes a inúmeros países compradores do algodão brasileiro. “Estivemos em reunião em Dubai com empresas do Paquistão, visitamos indústria têxtil na Turquia, Indonésia, Tailândia e Bangladesh e em todos os lugares ouvimos a mesma coisa: que o algodão brasileiro tem melhorado nos últimos cinco anos e que querem comprar mais algodão do Brasil, cada vez mais”, destacou. A Missão Compradores, também da Abrapa, percorreu estados brasileiros que têm o cultivo há cerca de 20 dias e recebeu dos visitantes internacionais as mesmas informações positivas. Para Marcelo Duarte, diretor de Relações Internacionais da Abrapa, que participou do painel direto de Singapura, onde atua, o grande objetivo é fortalecer a confiança internacional sobre o algodão brasileiro para que ele possa ser vendido com um diferencial muito pequeno ou mesmo se igualar ao americano que é o referencial. “Não temos o que esconder, sabemos que tem ano bom, tem ano ruim, mas sabemos que a transparência é fundamental para garantir a confiança e essa mesma confiança vai fazer com que o Brasil ganhe mercado sem precisar vender mais barato, esse é o objetivo”, pontuou. Assim como Busato, Duarte também reforçou o interesse de países asiáticos pela fibra do Brasil. “Em todos os mercados que nós visitamos a fila de maquinários para fiação que vai chegar nos próximos dois anos é grande, contando com o nosso algodão. É uma pena neste momento não ter a produção que a gente esperava, mas em qualidade temos nos destacado. E falar do algodão brasileiro é fácil, pois não querem só comprar, querem aprender como fazer com a gente”, acrescentou. O cotonicultor Alexandre Bottan e o presidente da Ampa, Paulo Sérgio Aguiar, também presentes no painel de abertura, relataram os problemas climáticos vivenciados nesta safra, mas também apostam com otimismo na crescente do algodão nacional lá fora. “Vamos trabalhar nas questões de custo, temos novas tecnologias, excelentes biotecnologias e tudo para ter um produto sustentável para crescer. Então não há motivos para perder o ânimo, temos tudo para tocar esse negócio e vamos conseguir evoluir”, opinou Aguiar. Já Bottan apenas resumiu: “não me vejo longe da cotonicultura ao longo da minha vida”. Outros aspectos Além da melhor visibilidade do algodão brasileiro, que tem sido conquistada ao atender os critérios de qualidade exigidos pelos importadores, outros aspectos atuais contribuem para que o Brasil tenha mais chances de expandir suas posições nesse mercado. Uma delas está atrelada aos problemas climáticos dos Estados Unidos, segundo maior produtor atrás da Índia. “Secas como a do Texas e chuvas em excesso no sudeste americano, e a temporada de furacões que ainda nem começou, podem trazer nervosismo ao mercado”, externou Paulo Marques, head global de algodão da ADM, que participou da Suíça. A China, por sua vez, não terá muito impacto em sua produção de algodão, porém, seu governo prioriza a segurança alimentar. Neste caso, se for preciso, a área do algodão é reduzida para dar lugar ao milho. “Não podemos e não iremos perder a oportunidade. O que nos trouxe aqui hoje é a união entre os produtores, pesquisa e a troca de informação que temos entre nós, então com certeza temos que agarrar essa oportunidade e estar unidos”, completou o presidente da Abrapa. Leia mais: Para especialistas do setor algodoeiro, produtores podem continuar otimistas sobre o futuro da cultura - Conexão Agro (conexaoagro.com.br) Mídia: Conexão Agro – 31/08/2022
Safra de algodão 21/22 deve ser de até 2,6 milhões de toneladas
31 de Agosto de 2022Presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, foi o entrevistado do Canal Agro Mais e falou sobre a reta final da colheita (safra 21/22) e estimativas do setor algodoeiro. A projeção é chegar a 2,6 milhões de toneladas. Uma queda na estimativa inicial que era de 2,8 milhões de toneladas. A seca nas regiões produtoras dificultou a produção e por isso houve a revisão. Assista a matéria na íntegra no link: https://www.youtube.com/watch?v=VvCe1ivIS_M Mídia: Agro Mais – 29/08/2022
Busato participa de evento no MT
30 de Agosto de 2022Cultivo de algodão em áreas arenosas, Nematoides (Rothylenchulus e Aphelencoides), controle de plantas daninhas, biotecnologias, entre outros temas importantes para a cultura estão na pauta das discussões do 14º Encontro Técnico do Algodão, em Cuiabá (MT), nos dias 29, 30 e 31 de agosto. O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Júlio Cézar Busato, participou do painel de abertura: Desafios da cultura do algodão e tendências para o futuro, na segunda-feira (29). O evento é uma iniciativa da Fundação Mato Grosso. Serão três dias na modalidade híbrida (presencial e online), conduzidos por pesquisadores e especialistas convidados da Fundação. Busato discorreu sobre o mercado brasileiro da pluma, da produção à colheita. Destacou também as ações de promoção da fibra no mercado global, com ênfase na sustentabilidade e rastreabilidade, da lavoura até etiqueta da roupa. Na mesma linha do que vem sendo feito para melhorar ainda mais a imagem da pluma nacional, Busato citou o Cotton Brazil, lançado em dezembro de 2020 com o objetivo de promover o algodão brasileiro no mercado asiático, destino de 99% das exportações da pluma produzida no Brasil. A iniciativa é fruto de uma parceria do setor produtivo, por meio da Abrapa, com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e do Ministério de Relações Exteriores (MRE). Também integraram o painel o produtor, Alexandre Bottan, Paulo Marques De Figueiredo Neto, da GM Global Cotton Trade ADM Switzerland e diretor International Cotton Association Liverpool/Inglaterra, o diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte, e o presidente da Associação Matogrossense dos Produtores de Algodão (AMPA), Paulo Sérgio Aguiar. O objetivo do encontro, segundo os organizadores, é disseminar dados de pesquisa de diferentes instituições, apresentar o posicionamento da Fundação MT, promover diálogos sobre os gargalos da cotonicultura, debater sobre os aspectos relacionados a última safra e planejar a próxima.