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Movimento Sou de Algodão reúne mil marcas e incentiva o usa da fibra natural
21 de Outubro de 2022Não basta a roupa ser bonita e cair bem. Há uma geração de consumidores cada vez mais consciente que quer saber quem fez a peça, em quais condições de trabalho foi desenvolvida e qual é a origem do material. Por outro lado, a Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão) já tinha um programa de sustentabilidade e de responsabilidade na produção da fibra de algodão há alguns anos, mas essas informações não chegavam ao consumidor final. Para colocar sob os holofotes a importância e a produção consciente da fibra, a Abrapa criou, em 2016, o movimento Sou de Algodão, que envolve todos os agentes da cadeia produtiva e da indústria têxtil da matéria-prima, desde o homem do campo até o consumidor final, passando por tecelões, artesãos, fiadores, estilistas e estudantes de Moda. O movimento, lançado no São Paulo Fashion Week daquele ano, tomou corpo e hoje tem mais de mil marcas parceiras em diferentes segmentos, com as quais promove networking e faz ações como programas de capacitação. Em 2021, a Sou de Algodão desenvolveu com a Renner e com a Reserva um projeto piloto de rastreabilidade de ponta a ponta, da fazenda ao varejo, batizado de SouABR (Sou de Algodão Brasileiro Responsável). As duas marcas fizeram coleções que traziam na etiqueta um código QR com todas essas informações reunidas. "Montamos um sistema e controlamos desde o desmanche do fardo de algodão dentro da fiação, em que só é usado algodão com certificação socioambiental, e cada elo, ou seja, cada fornecedor da cadeia da Renner e da Reserva contribuiu com os dados", explica Silmara Ferraresi, gestora geral do Sou de Algodão. Além do desafio de ser uma cadeia muito extensa, outra dificuldade é que os varejistas têm receio de dizer com quem trabalham, quem presta serviço para eles. Mas, depois do bem-sucedido teste com essas duas marcas, a Sou de Algodão quer, a partir de janeiro de 2023, estender o programa SouABR para qualquer marca que queira compartilhar seus dados, entregar rastreabilidade e fazer essa informação chegar até o consumidor final. "Com esta ação pioneira, não só garantimos que a peça foi produzida em linha com boas práticas no ecossistema, como também damos ampla visibilidade ao cliente. Antes de chegar ao guarda-roupa das pessoas, cada peça já tem toda a sua história registrada", disse o diretor de Produto das Lojas Renner, Henry Costa, no lançamento das primeiras calças jeans 100% rastreadas por blockchain no Brasil. Outro pilar do movimento é o Desafio Sou de Algodão, concurso voltado a estudantes de graduação de Moda. "A premiação desta segunda edição foi na Casa de Criadores. Tivemos a participação de mais de 460 estudantes de todo o país e o vencedor foi Guilherme Dutra, da Faculdade Santa Marcelina [de São Paulo] ", conta Manami Kawaguchi Torres, gestora de relações institucionais da Sou de Algodão. O primeiro lugar estará no line-up da próxima edição da Casa de Criadores e foi premiado com R$ 30 mil para desenvolver sua coleção de estreia, além de tecidos de algodão, claro. Versátil, o material está mais presente no guarda-roupa do que se imagina: desde a calça jeans e a camiseta do dia a dia ao vestido de festa de renda. Por ser uma fibra natural, ele tem tudo a ver com o clima do Brasil e traz grandes vantagens em relação à reciclagem e ao descarte em comparação às fibras sintéticas. Leia mais: https://revistamarieclaire.globo.com/Noticias/noticia/2022/10/movimento-sou-de-algodao-reune-mil-marcas-e-incentiva-o-usa-da-fibra-natural.html Mídia: Revista Marie Claire – 20/10/2022
O caminho das fibras
21 de Outubro de 2022Considerado a mais importante das fibras têxteis naturais, algodão é uma planta que pode ser aproveitada em sua totalidade, pois, além da pluma, fornece diversos produtos, como, por exemplo, o caroço, de onde pode-se extrair sementes ricas em óleo e linter, muito usado na produção de algodão hidrófilo e tecidos cirúrgicos, além de vários resíduos para ração animal. A cotonicultura brasileira avançou fortemente, nos últimos anos, gerando resultados expressivos na exportação. Entre os cinco os maiores produtores do mundo, ao lado dos Estados Unidos, China, Índia e Paquistão, o Brasil exportou 1,68 milhão de toneladas de algodão, entre agosto de 2021 e julho de 2022. No mesmo período, o consumo doméstico foi de 740 mil toneladas, sendo 99% atendido com algodão produzido no Brasil. Para falar da evolução do segmento, a Revista A Lavoura entrevistou o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Júlio Cézar Busato, que conta um pouco mais sobre o mercado do algodão, processo industrial, implementação de novas tecnologias, rastreabilidade e como a commodity se tornou um dos expoentes da agricultura nacional. A Lavoura: Como você avalia o momento do mercado de algodão? Júlio Cézar Busato: O consumo mundial da fibra está bastante aquecido. Relacionamos isso à demanda que surgiu com a pandemia da Covid-19, que obrigou as pessoas a trabalharem e ficarem em casa, buscando produtos mais confortáveis, e pelo aquecimento da procura por produtos de algodão na área de saúde. Aliado a esse fato, constatamos uma preocupação geral dos consumidores em relação às questões ambientais, certificação das matérias-primas e rastreabilidade dos produtos que adquirem. É uma tendência que veio para ficar e coloca o algodão do Brasil em situação favorável por atender esses requisitos. Os números mostram um cenário favorável. A Lavoura: O que a cotonicultura representa em termos de divisas para o Brasil? Júlio Cézar Busato: Entre agosto de 2021 e julho de 2022, o Brasil exportou 1,68 milhão de toneladas de algodão. No mesmo período, o consumo doméstico foi de 740 mil toneladas de algodão, 99% atendido com algodão produzido no Brasil. Exportamos o excedente para a Ásia, com destaque para China, Bangladesh, Paquistão, Turquia, Malásia, Índia, Indonésia e Vietnã. O superávit da balança comercial do algodão brasileiro foi de US$ 3,208 bilhões, no acumulado de agosto de 2021 a julho de 2022. Além disso, o Brasil é o segundo no ranking dos países exportadores da fibra e a estimativa de vendas para o mercado externo na temporada 2022/2023, segundo o Comitê Consultivo Internacional do Algodão (ICAC), é de 1,96 milhão de toneladas. A produção brasileira, no período, foi de 2,61 milhões de toneladas. A Lavoura: O que você acha necessário para a evolução do setor? Júlio Cézar Busato: Atrelar a rastreabilidade completa com um programa de certificação socioambiental fortalecerá ainda mais a imagem do algodão brasileiro frente aos demais. O processo sendo auditado por empresa de terceira parte é a garantia para o comprador, que pode verificar essas informações pela rastreabilidade da cadeia. O sucesso competitivo e sustentável alcançado pelos produtores de algodão, nas últimas décadas, precisa ser intensificado para que o País permaneça aproveitando suas vantagens e consiga assumir o topo do ranking na exportação da pluma. A Lavoura: Qual a importância da rastreabilidade para o segmento? Júlio Cézar Busato: Estamos trabalhando para dar ainda mais transparência à produção de algodão brasileira, por meio dos programas Algodão Brasileiro Responsável (ABR) em benchmarking com a Better Cotton Initiative (BCI) e SouABR. O desafio é consolidar o SouABR, iniciativa que consiste na entrega da rastreabilidade da fibra certificada, da fazenda, passando pela fiação, malharias, tecelagens, até o varejista. A iniciativa permite que o consumidor consiga acompanhar a trajetória da roupa. Ele terá a informação que a peça é certificada e por onde passou. Desse modo, saberá a origem da roupa, acessando os dados por meio do QRCode. A iniciativa atende a uma demanda do mercado e aos anseios dos clientes, especialmente os mais jovens, que têm um modo diferente de se relacionar com o consumo. A Lavoura: Em relação ao algodão em si, como gerar valor à commodity? Júlio Cézar Busato: O desafio de agregar valor a um produto que originalmente é considerado uma commodity é um trabalho continuado para despertar uma consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável. O Sou de Algodão, por exemplo, iniciativa que começou em 2016, a partir de um estudo realizado entre os anos de 2014 e 2015 para entender o mercado, foi muito importante. Naquele momento, perdíamos market share. Há 40 anos, o algodão chegava a representar 83% do que a indústria fiava, e hoje estamos em 50%. Foi aí que a associação decidiu que precisava conversar com o consumidor, formadores de opinião e o mundo da moda para entregar informação e todos os atributos que o algodão produz. Percebemos que precisávamos agir para reverter o cenário. Desde a sua criação, em 1999, a Abrapa tem pautado o seu trabalho nos pilares da sustentabilidade, da qualidade e da rastreabilidade. Antes, nada disso era propagado e o consumidor desconhecia a fibra nacional. Passamos a mostrar, através de um programa de rastreabilidade de comunicação ponta a ponta, como se dá a produção desde as lavouras até a etiqueta da roupa. A Lavoura: De que forma a Abrapa tem contribuído para o desenvolvimento do segmento? Júlio Cézar Busato: A Abrapa apoia a pesquisa realizada por institutos regionais e pela Embrapa, por exemplo, para aumentar a resiliência das lavouras brasileiras aos eventos climáticos extremos. Seremos atingidos, caso projeções internacionais de mudanças climáticas se confirmem, pois somos uma indústria a céu aberto e sem irrigação no Brasil. A saúde do solo é fundamental para que a planta suporte um período mais longo sob estresse (sem chuvas) e não reduza produtividade. A melhoria da saúde do solo, pensando também na parte biológica, tem sido nosso foco. Nas propriedades associadas, temos também diversas iniciativas para mensurar a emissão de CO2 do processo produtivo e de transporte, assim como o seu sequestro, com o aumento da matéria orgânica do solo pelo plantio direto, por exemplo. Já temos alguns resultados da Embrapa que comprovam que a área produtiva possui mais carbono fixado no solo do que a área de vegetação nativa de cerrado. Queremos cada vez mais atrelar a produção com a sustentabilidade a longo prazo. A melhoria dos processos produtivos, com menos emissão de carbono e mais produtividade é o nosso objetivo. Diversos produtores de algodão já estão em processo avançado de adoção do conceito de agricultura regenerativa, que preconiza a saúde biológica e química dos solos, rotação de culturas e utilização de práticas de manejo sustentáveis. A Lavoura: Como a cotonicultura está posicionada em relação às questões ambientais? Júlio Cézar Busato: A cotonicultura já está inserida dentro do contexto das ESG (governança ambiental, social e corporativa, do inglês Environmental, social, and corporate governance). Respeitamos os requisitos ambientais, sociais e de governança, baseados em um protocolo de certificação (ABR/BCI). Isso nos coloca como líderes mundiais na produção de algodão responsável (42% de todo o algodão certificado responsável do mundo é produzido pelo Brasil), enquanto o resto do mundo corre para aplicar essas regras, os produtores brasileiros manejam essas lavouras seguindo critérios de boas práticas. Nós produzimos de acordo com normas rígidas de conservação ambiental e respeitando o Código Florestal Brasileiro e a legislação trabalhista cheia de detalhes e deveres para serem cumpridos, a NR 31 e as normativas da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Temos, por exemplo, áreas de reserva legal, preservação permanente e conservamos as matas ciliares — aquelas localizadas nas margens dos rios. Estamos no caminho, sempre avançando para atender uma exigência global. A Lavoura: Quais as perspectivas para os próximos anos? Júlio Cézar Busato: Nas missões internacionais que realizamos ao longo deste ano, por meio do programa Cotton Brazil, fomos muito bem avaliados, em especial no que se refere à qualidade da nossa fibra que supera a concorrência em muitos aspectos. Temos potencial de crescimento nos próximos anos e os países, especialmente os da Ásia, estão abertos ao nosso produto. Temos tecnologia, pessoas treinadas e trabalhamos para crescer com qualidade e sustentabilidade. Então as projeções são as melhores. Vamos continuar o nosso trabalho, com aportes em tecnologia e inovação, produzindo com eficiência e de modo responsável. Podemos chegar a ser o primeiro exportador mundial da fibra em breve. Leia mais: O caminho das fibras - A Lavoura Mídia: A Lavoura – 20/10/2022
Beneficiamento e análise da qualidade da fibra ganham ritmo no Brasil
21 de Outubro de 2022Com a finalização da colheita de algodão na maioria dos estados produtores, o beneficiamento avança e totaliza 79% da produção, assim como a análise da qualidade da pluma (HVI), que atingiu 55%. Os dados constam no Relatório de Safra divulgado nesta quarta-feira (19), pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Estimativas apontam para uma safra colhida de 2,5 milhões de toneladas de pluma (2021/2022) e 3,3 milhões de toneladas de caroço no Brasil. Um dos processos essenciais para preservar a qualidade desse produto é o beneficiamento de algodão. Com relação a isso, a Abrapa possui o programa Standard Brasil HVI (SBRHVI) que tem como objetivo garantir o resultado de origem, dar credibilidade e transparência para as análises de HVI realizados pelos laboratórios de classificação instrumental que operam no País. Os dados de classificação são todos informatizados e os processos são equiparados aos dos maiores produtores mundiais de algodão. Esse atestado da qualidade fardo a fardo é fundamental para a fiação e a indústria têxtil fabricar o melhor produto. Exportações O Brasil exportou 247,3 mil toneladas no acumulado de agosto 2022 a setembro de 2022, os dois primeiros meses do calendário de exportação, totalizando uma receita de US$ 500,1 milhões. O volume embarcado foi 29,5% superior ao registrado no mesmo período de 2021. No acumulado de agosto a setembro de 2022, a China foi o principal destino das exportações brasileiras, totalizando 99,7 mil toneladas, representando 40% das exportações acumuladas. O montante dobrou a participação nesse início de ano comercial. Projeção safra 2022/2023 As primeiras estimativas para a safra 2022/23 de algodão no Brasil, apontam elevação da área plantada de algodão de 9,3%, ficando em 1,78 milhões de hectares. A produção no período é projetada em 3,1 milhões de toneladas, uma variação de 27% ante os atuais 2,5 milhões de toneladas. Leia mais: Beneficiamento e análise da qualidade da fibra ganham ritmo no Brasil - Notícias Agrícolas (noticiasagricolas.com.br) Beneficiamento e análise da qualidade da fibra ganham ritmo no Brasil | MAIS SOJA - Pensou Soja, Pensou Mais Soja Beneficiamento do algodão chega a 79% da produção | Agrofy News Mídia: Notícias Agrícolas – 20/10/2022 Mais Soja – 20/10/2022 Agrofy News – 20/10/2022
Aramis se une ao Sou de Algodão em prol da moda sustentável
20 de Outubro de 2022Fortalecendo a sua jornada de sustentabilidade, a Aramis, uma das líderes nacionais no varejo de moda masculina, oficializa e anuncia ao mercado sua mais recente parceria: agora faz parte do pool de marcas que apoiam o Sou de Algodão. Criado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) em parceria com o Instituto Brasileiro de Algodão (IBA), o movimento Sou de Algodão busca engajar e conscientizar toda a cadeia de moda – homens e mulheres do campo, tecelões, artesãos, fiadores, designers de moda, estilistas, varejistas, estudantes e consumidores de moda – sobre a relevância do algodão para o mundo e a importância do incentivo às práticas responsáveis no setor, sobretudo no nosso País. Como um dos principais produtores mundiais, o Brasil é referência em práticas socioambientais responsáveis, que garantem os direitos do trabalhador, sua segurança e a proteção do meio ambiente. Hoje, 92% da produção é em regime de sequeiro, sem irrigação, ou seja, as plantações dependem apenas da água da chuva para se desenvolver e dão uma verdadeira aula sobre origem consciente e inovação. O algodão é uma matéria-prima de alta relevância no nosso País e que oferece o máximo de conforto, durabilidade e alta reciclabilidade, se tornando uma das melhores escolhas para o setor e também fonte de inspiração e transformação para toda a cadeia. "A sustentabilidade é um caminho muito importante que nossa marca vem trilhando nos últimos anos. Essa parceria fortalece a jornada que a Aramis vem construindo, colaborando com o engajamento dos nossos públicos de interesse e reforçando a nossa preocupação com o tema, que vai desde o design dos nossos produtos até a garantia de transparência na busca por uma moda mais responsável, justa e ética.", afirma Richard Stad, CEO da marca. "A entrada da Aramis só ajuda a comprovar o quanto o trabalho do Movimento reforça a importância e fortalece a união da cadeia, que extrapola os limites da fazenda. Ao diminuir as distâncias entre os diferentes públicos, envolvendo também os consumidores, mostramos que, além de a fibra ser o elemento que conecta todos, incentivamos melhores práticas para uma moda cada vez mais responsável. Todos os agentes são essenciais nessa ampla rede, e a união de todos tornará reais os anseios do público, cada vez mais exigente e participante deste grande ecossistema.", explica Júlio Cézar Busato, presidente da Abrapa. Leia mais: Aramis se une a Sou de Algodão em prol da moda sustentável - Revista Stile Mídia: Revista Stile – 20/10/2022
Brasil exporta 100,309 mil/t em outubro
19 de Outubro de 2022As exportações brasileiras de algodão bruto somaram 100,309 mil toneladas até a segunda semana de outubro (9 dias úteis), com média diária de 11,145 mil toneladas. A receita com as vendas ao exterior totalizou US$ 215,318 milhões, com média diária de US$ 23,924 milhões. As informações são do Ministério da Economia; Em relação à igual período do ano anterior, houve avanço de 9,8% no volume diário exportado (10,154 mil toneladas diárias em outubro de 2021). Já a receita diária teve acréscimo de 37,3% (US$ 17,423 milhões diários em outubro de 2021). Leia mais: Algodão: Brasil exporta 100,309 mil t em outubro (canalrural.com.br) Mídia: Canal Rural – 19/10/2022
Brasil se consolida entre os maiores produtores de algodão do mundo
19 de Outubro de 2022Com 99% das plumas de algodão da safra 2021/2022 já colhidas, o setor começa a realizar os cálculos e se preparar para a próxima safra. O algodão foi mais uma das culturas afetadas pelas intempéries climáticas dos últimos anos, causadas principalmente pelo fenômeno La Niña. Um dos principais problemas é que 90% das fazendas que produzem algodão utilizam técnicas que dependem da água da chuva, mas esta não veio no período nem no volume esperados. Com isso, mesmo com uma área de produção 19% maior do que na safra anterior, o resultado foi de uma produtividade 7% menor. Ao total, devem ser colhidas 2,6 milhões de toneladas de plumas de algodão, os dados são da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Apesar da diminuição da produtividade, produtores e especialistas da área continuam otimistas com o setor cotonicultor brasileiro. A qualidade do produto nacional tem ganhado destaque mundo afora, e o País será o segundo maior exportador de algodão neste ano. As expectativas e os desafios para o produto nacional foram debatidos no XIV Encontro Técnico Algodão da Fundação MT. O evento ocorreu entre os dias 29 e 31 de agosto, e foi realizado pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT), em Cuiabá (MT). Diferenciais do algodão brasileiro Desde 1999, a produção nacional de algodão se modernizou, e muitos produtores adotaram a mecanização completa do cultivo. Além disso, mais investimentos e pesquisas otimizaram o uso de insumos químicos e o solo por meio da associação do algodão herbáceo com as culturas de soja e milho. Segundo participantes do evento, a melhora da qualidade do produto brasileiro tem sido notada por grandes produtores internacionais de roupas. Turquia, Indonésia, Tailândia e Bangladesh elogiaram a evolução da indústria nacional, principalmente nos últimos cinco anos. Segundo a Abrapa, nos últimos anos o Brasil se manteve entre os principais produtores de algodão do mundo, junto à China, a Índia, aos Estados Unidos e ao Paquistão. Fatores externos podem ajudar o País a se tornar o principal exportador mundial, já que boa parte das terras do líder, Estados Unidos, também está sofrendo com o clima. As secas no Texas e o excesso de precipitação no sudeste americano podem diminuir consideravelmente a produção do país. Outro grande produtor, a China, sofre com a mudança do paradigma do planejamento estatal e deve reduzir a área de plantio de algodão para garantir a segurança alimentar nos próximos anos. O cenário somado ao fortalecimento da confiança internacional no algodão brasileiro e ao pesado investimento na área — que deve aumentar o número de máquinas para fiação em operação nos próximos dois anos — garante o otimismo dos produtores. Demanda interna Ainda segundo dados da Abrapa, o consumo interno de algodão é bastante constante no Brasil há pelo menos 15 anos e, recentemente, há uma pequena tendência de aumento da procura. A produção nacional de roupas tem evoluído com matéria-prima de boa qualidade. A expectativa é que a demanda interna seja entre 650 mil toneladas e 700 mil toneladas, patamar similar ao dos principais compradores do Brasil, que são China, Bangladesh e Paquistão. Outro diferencial do algodão brasileiro é o seu compromisso com a sustentabilidade. Cerca de 84% da produção nacional são certificados pelo protocolo ABR, uma espécie de estratégia ambiental, social e de governança (ESG) rural, que garante a observação da legislação trabalhista e ambiental local, além de boas práticas agrícolas e uso racional de insumos. Expectativas Apesar do ano menos produtivo do que o esperado, os resultados financeiros agradam, e a Abrapa estima um aumento da área de produção para a próxima safra: o volume deve bater o recorde alcançado em 2019 e chegar a 1,7 milhão de hectares plantados. Com expectativa de alta demanda internacional, o lucro de um hectare de algodão pode ser quatro vezes superior a um de soja. Leia mais: Brasil se consolida entre os maiores produtores de algodão do mundo - AF News Mídia: AF News – 18/10/2022
Beneficiamento e análise da qualidade da fibra ganham ritmo no Brasil
19 de Outubro de 2022Com a finalização da colheita de algodão na maioria dos estados produtores, o beneficiamento avança e totaliza 79% da produção, assim como a análise da qualidade da pluma (HVI), que atingiu 55%. Os dados constam no Relatório de Safra divulgado nesta quarta-feira (19), pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Estimativas apontam para uma safra colhida de 2,5 milhões de toneladas de pluma (2021/2022) e 3,3 milhões de toneladas de caroço no Brasil. Um dos processos essenciais para preservar a qualidade desse produto é o beneficiamento de algodão. Com relação a isso, a Abrapa possui o programa Standard Brasil HVI (SBRHVI) que tem como objetivo garantir o resultado de origem, dar credibilidade e transparência para as análises de HVI realizados pelos laboratórios de classificação instrumental que operam no País. Os dados de classificação são todos informatizados e os processos são equiparados aos dos maiores produtores mundiais de algodão. Esse atestado da qualidade fardo a fardo é fundamental para a fiação e a indústria têxtil fabricar o melhor produto. Exportações O Brasil exportou 247,3 mil toneladas no acumulado de agosto 2022 a setembro de 2022, os dois primeiros meses do calendário de exportação, totalizando uma receita de US$ 500,1 milhões. O volume embarcado foi 29,5% superior ao registrado no mesmo período de 2021. No acumulado de agosto a setembro de 2022, a China foi o principal destino das exportações brasileiras, totalizando 99,7 mil toneladas, representando 40% das exportações acumuladas. O montante dobrou a participação nesse início de ano comercial. Projeção safra 2022/2023 As primeiras estimativas para a safra 2022/23 de algodão no Brasil, apontam elevação da área plantada de algodão de 9,3%, ficando em 1,78 milhões de hectares. A produção no período é projetada em 3,1 milhões de toneladas, uma variação de 27% ante os atuais 2,5 milhões de toneladas. Leia o relatório na íntegra: Relatorio_safra_Abrapa.11Out2022.pdf
Estimativa dos primeiros resultados do relatório da safra de algodão
17 de Outubro de 2022Júlio Cézar Busato, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), concedeu entrevista para o Canal Terraviva para falar sobre o relatório com os resultados da safra do algodão. Assista aqui: (2524) 🔴 AO VIVO - Jornal Terraviva - 12/10/2022 - YouTube Mídia: Canal Terraviva – 12/10/2022